postado em 01/09/2008 21:49
Apesar de liderar as pesquisas de intenções de voto na capital paulista - com 39% das menções, segundo a última pesquisa do Datafolha -, a candidata do PT à prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy, enfrentou a hostilidade de alguns eleitores durante campanha na zona norte da cidade, na tarde desta segunda-feira (1/09).
"Ela vai fazer mais taxas", "ela só vem em época de eleição" e "relaxa e goza" foram algumas das frases ouvidas durante a visita da ex-prefeita pelo comércio de Vila Sabrina (zona norte), considerado por petistas tradicional reduto tucano. A candidata negou que tenha ouvido os insultos, mas minimizou o episódio.
"Estou surpresa, porque estava distante e realmente não ouvi. Mas acho que se fizeram, tem gente que é desagradável, que às vezes fala alguma coisa hostil, e a gente tem que receber [as críticas]", disse Marta que, pela manhã, havia chamado de "golpe baixo" o uso da frase "relaxa e goza" pelos adversários --dita no auge da crise aérea.
Segundo Marta, caso tivesse escutado as críticas, teria conversado com os eleitores para tentar persuadi-los a mudar de idéia sobre ela. "Às vezes tentar explicar [ajudaria], mas como não escutei, não fui lá explicar nada. Mas às vezes também não adianta. A pessoa está tão enraizada contra que não adianta fazer nada", afirmou.
Saúde
Aos jornalistas, Marta disse ao final do percurso que ouviu "muitas reclamações" sobre a área da saúde de São Paulo, e fez críticas ao prefeito Gilberto Kassab (DEM), candidato à reeleição.
"Hoje a situação de marcar consultas e marcar exames médicos é igualzinha a que eu deixei há quatro anos. Eu dei um salto na na saúde, municipalizei a saúde, trouxe recursos da União e do Estado, porque foi municipalizada, mas o salto foi preparado pra ser dado, e não foi dado", disse Marta.
Na seqüência, a candidata fez campanha por outros dois bairros também considerados tucanos: Jaçanã e Vila Zilda, ambos na zona norte, onde foi recebida por uma multidão de militantes. Em Vila Zilda, Marta fez um "mini-comício" sobre um caminhão de som --acompanhada pelos deputados federais Jilmar Tatto e José Genuíno-- onde falou por pouco menos de cinco minutos às pessoas.
Outro lado
Procurado pela reportagem, o prefeito Kassab, por meio de nota, rebateu as críticas de Marta e afirmou que a candidata não tem "autoridade para falar de saúde". Ainda por meio de sua assessoria, o candidato à reeleição disse que a ex-prefeita deixou a área da saúde um "descalabro".
"O governo do PT desativou leitos, não construiu um único hospital e deixou os postos de saúde em situação de miséria, muitos com risco até de desabamento. A falta de remédios era generalizada e os postos de comando da saúde eram loteados politicamente. A situação melhorou da saúde muito com Kassab, que fez dois hospitais, 110 AMAs, colocou mais de três mil novos médicos na rede e normalizou a distribuição de remédios", disse.