Politica

Além de Félix, CPI vai ouvir nesta terça diretor-adjunto da Abin

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postado em 02/09/2008 16:07
A CPI das Escutas Clandestinas da Câmara vai ouvir nesta terça-feira (02/09), além do ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Jorge Félix, o diretor-adjunto afastado da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) José Milton Campana. O general chegou à comissão acompanhado de Campana, o que motivou os parlamentares a ouvirem o diretor afastado --depois de aprovarem o requerimento de convocação de Campana apresentado previamente à comissão pelo deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ). O deputado, que é presidente da CPI, justificou a convocação de Campana com o argumento de que ele foi responsável por coordenar a atuação de agentes da Abin na Operação Satiagraha, da Polícia Federal. "Trata-se do segundo homem na hierarquia da Abin, a quem o doutor Paulo Lacerda [diretor-geral afastado da agência] referiu-se dando conta que seria a pessoa que tomou todas as ações formais no que diz respeito ao apoio ao delegado Protógenes Queiroz na Operação Satiagraha. Tendo em vista sua experiência ao longo dos anos trabalhando na Abin, me parece pertinente ouvi-lo", justificou Itagiba. Os deputados divergiram sobre o depoimento simultâneo de Campana e Félix, o que forçou Itagiba a deixar o ex-diretor da Abin em uma sala separada até a conclusão do depoimento do general. Apesar de ter comparecido à comissão inicialmente para auxiliar Félix, Campana acatou o pedido da comissão e será ouvido depois do general. Requerimento. A CPI também aprovou nesta terça-feira requerimento de convocação do chefe de segurança do STF (Supremo Tribunal Federal), Ailton Carvalho de Queiroz. Ele seria o responsável por encontrar indícios de escutas ambientais no gabinete do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes. Durante a Operação Satiagraha, Mendes foi informado de que seu gabinete teria sido monitorado supostamente por agentes da Abin depois que o ministro concedeu habeas corpus para liberar presos pela PF. A comissão quer detalhes de Queiroz sobre a suposta escuta ambiental, por isso os parlamentares aprovaram por unanimidade a sua convocação. Além do suposto monitoramento, Mendes também foi alvo de grampo telefônico clandestino que flagrou uma de suas conversas com o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), como revelado pela revista "Veja". A denúncia dos grampos motivou a convocação do general Félix à CPI, assim como a de Campana. O ex-diretor da Abin foi afastado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva junto com Lacerda e outros diretores da agência depois das denúncias de que a Abin seria responsável pelos grampos clandestinos --que teriam atingido não apenas Mendes e Demóstenes, mas outros senadores e ministros do governo federal.

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