Politica

Marta não avisou PT sobre desoneração, ironiza Alckmin

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postado em 02/09/2008 18:27
O ex-governador e candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, Geraldo Alckmin, apesar de ter criticado a imprensa por "se preocupar demais com as fofocas da corte", não perdeu oportunidade hoje de atacar sutilmente a ex-prefeita da capital e candidata do PT, Marta Suplicy. Durante sabatina do Grupo Estado, Alckmin destacou que ficou muito feliz ao ouvir que a candidata tem propostas de desoneração para a cidade. Mas ressaltou que a candidata da coligação "Uma Nova Atitude para São Paulo" (PT-PCdoB-PDT-PTN-PRB-PSB) parece não ter avisado isso ao seu partido. "Há incoerência entre o discurso da candidata e o discurso do partido dela", disse, citando que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está apenas esperando o fim do período eleitoral para aprovar, no Senado, a Contribuição Social para a Saúde (CSS), a nova CPMF. "Aprendi que em política há um grande abismo entre falar e fazer. Faço diferente: prefiro falar menos e fazer mais. Questionado sobre qual seria sua primeira ação ao entrar na Prefeitura, Alckmin disse não acreditar em medidas mágicas. "A cidade tem necessidades multissetoriais. Temos de agir em saúde, educação, transporte, todos (os setores) são prioritários". Ele disse, no entanto, que terá como compromisso de honra em sua eventual gestão criar vagas em Escolas Municipais de Educação Infantil (Emeis) para todas as crianças de 4 e 5 anos. "É inaceitável ter déficit de vagas em Emeis. Só a Prefeitura pode resolver isso", disse. Alckmin ressaltou que as Emeis são determinantes na educação. "As crianças que passam pelas Emeis já chegam às escolas alfabetizadas. Temos de cuidar dos pequenos. O candidato disse também que, se eleito, irá reduzir a carga tributária na capital paulista. Ele citou que, no governo, baixou os impostos dos alimentos e do álcool combustível. "Baixamos o ICMS do trigo para zero. Bolacha sem recheio, zero. Farinha de trigo, zero. Pão, zero. Macarrão, zero", destacou. Ele ressaltou que os impactos da alta carga tributária são graves. "O excesso de tributos levou os trabalhadores para a informalidade. Isso é muito ruim, com informalidade não há competitividade, não há exportação. Transporte e saúde Na área do transporte, o candidato se disse a favor do rodízio para caminhões, mas ressaltou que a medida precisa ser estudada para não causar aumento no preço das mercadorias transportadas nem atrapalhar o trabalho dos caminhoneiros. Ele também afirmou que irá investir na construção de corredores de ônibus. "O ônibus precisa se tornar uma opção mais atrativa que o carro". E prometeu parcerias com o Estado para investir na ampliação do metrô. "A prioridade será transporte de massa para aliviar o trânsito. Em saúde, Alckmin ressaltou acreditar na importância de hospitais privados gerenciando instituições públicas. E disse que pretende fortalecer a Secretaria de Saúde do município. E foi claro ao responder sobre a possibilidade da distribuição gratuita da "pílula do dia seguinte" na rede pública. "Sou favorável a evitar a gravidez indesejada, de preferência com prevenção; se não tiver, usa a pílula do dia seguinte", disse. Durante a sabatina do Grupo Estado, Alckmin citou várias vezes o ex-governador Mário Covas e o governador do Estado, José Serra (PSDB). Questionado se há falta de apoio de Serra para sua candidatura, ele disse que sua preocupação são os problemas da cidade e como resolvê-los. "Questões partidárias não me preocupam, são resolvidas com o amadurecimento do partido", disse. Ele ressaltou que sempre apoiou Serra e que continuará a apoiá-lo em 2010 para disputar a Presidência da República. Alckmin afirmou que, se eleito, não haverá possibilidade de deixar a Prefeitura para concorrer ao governo do Estado em 2010. "Entre meus adversários, sou o único que não precisaria passar pela Prefeitura para me candidatar a governador", afirmou.

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