postado em 02/09/2008 19:24
O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cezar Britto, considerou o momento político da nação como grave, referindo-se denúncia sobre a interceptação de telefonema entre o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres( DEM-GO). Para ele, o ato deve combatido com punição.
Ele lembrou que há muito tempo a OAB vinha alertando sobre essa prática no país . Chegamos a um estado de bisbilhotice que envolve mais de dez milhões de pessoas grampeadas no Brasil, afirmou hoje (2).
Cezar Britto ressaltou que não basta mostrar o que aconteceu, mas punir criminalmente quem ultrapassou os seus deveres de nos dar guarida e não nos causar a dor de não ter mais vida privada no Brasil.
Na avaliação dele, foi muito positivo o fato de o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, ter afastado, temporariamente, a cúpula da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) enquanto o caso é apurado. É um bom sinal o afastamento porque mostra que o governo quer resolver essa crise com ação e não apenas com discurso, classificou.
Para Britto, não pode ficar impune quem manda grampear alguém. Ele considerou a investigação necessária e fundamental para saber a razão que teria levado prática de bisbiolhotar personagens públicas.
O fato é que autoridades brasileiras estavam sendo grampeadas sem ordem judicial e não só o presidente do Supremo, o presidente do Senado, ministros de Estado. Com que finalidade? Para chantagem política, para extorsão, apenas para bisbilhotagem, apenas para fofoca? Nós precisamos saber.
Britto participou hoje (2), em São Paulo, do encontro comemorativo dos 40 anos da revista Veja.