postado em 03/09/2008 17:25
A Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara aprovou nesta quarta-feira (03/09) convites para que o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) prestem depoimento sobre o episódio em que foram vítimas de grampo telefônico supostamente executado pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência). Assim como a comissão, a CPI das Escutas Clandestinas da Câmara também quer ouvir as duas autoridades para informarem detalhes sobre os grampos.
Se aceitarem o convite, a Comissão de Segurança vai realizar sessão conjunta com a CPI das Escutas Clandestinas para os depoimentos de Mendes e Demóstenes. O convite será levado nesta quinta-feira por integrantes das duas comissões ao presidente do STF --que não adiantou se pretende acatá-lo.
O presidente da CPI, deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), disse que a comissão está à disposição de Mendes e Demóstenes desde que o episódio do grampo foi revelado pela revista Veja.
"Eu mantive contato com as duas autoridades colocando a CPI à disposição de ambos. Se assentirem, poderemos fazer reunião conjunta e dessa forma suprir os dados que precisamos para esse trabalho tão importante", afirmou o deputado.
A reportagem afirma que a Abin teria grampeado autoridades dos três Poderes, entre eles Demóstenes e Mendes. A revista "Veja" revelou trechos de uma conversa entre o senador e o presidente do STF no dia 15 de julho para comprovar a existência de escutas telefônicas clandestinas realizadas pela agência.
Segundo a "Veja", a transcrição da conversa foi obtida das mãos de um agente da Abin --que, por lei, não pode realizar interceptações telefônicas. O grampo, de acordo com a revista, foi feito por agentes secretos em associação a investigadores da Polícia Federal.