postado em 04/09/2008 15:23
O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) disse nesta quinta-feira que peritos da Polícia Federal realizam uma perícia na central telefônica do Senado em busca de grampos. Segundo o senador, os peritos ainda não encontraram indícios de escutas telefônicas nos telefones dos parlamentares.
A mesma conclusão foi levantada pela Polícia Legislativa do Senado, que investiga indícios de grampos nas dependências do Senado.
"Foi feita uma perícia pela Polícia Legislativa, que nada achou. A perícia da Polícia Federal não encontrou evidências de grampos aqui. É mais difícil que o grampo tenha sido feito aqui do que no celular do ministro Mendes", afirmou.
O presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), autorizou a realização da varredura pelos peritos da PF após pedido de Demóstenes. No início do depoimento, depois dos delegados solicitarem a varredura, o senador telefonou para Garibaldi para fazer o pedido, e foi atendido pelo presidente da Casa.
"A Polícia do Senado entendeu que poderia ter um choque na investigação, mas depois compreendeu que toda perícia é bem-vinda", disse Demóstenes.
Grampos ilegais
Reportagem publicada pela revista "Veja" reproduz uma conversa telefônica do presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, com Demóstenes no dia 15 de julho. Os dois confirmaram o diálogo. A revista diz ter obtido a transcrição da conversa das mãos de um agente da Abin --que, por lei, não pode realizar interceptações telefônicas. E atribui o grampo a agentes secretos em associação a investigadores da Polícia Federal. A PF nega ter feito escuta sem autorização judicial, mas abriu inquérito para apurar o caso.
De acordo com a "Veja", além de Gilmar Mendes, foram monitoradas ilegalmente outras autoridades dos três Poderes. A revista cita o ministro do STF Marco Aurélio Melo, o chefe-de-gabinete do presidente Lula, Gilberto Carvalho, os ministros Dilma Rousseff (Casa Civil) e José Múcio (Relações Institucionais) e o presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), entre outros nomes.
Após a denúncia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou o afastamento temporário de toda a cúpula da Abin. O afastamento será por tempo indeterminado, ou seja, até a conclusão das investigações da Polícia Federal.