Politica

Maluf ironiza Marta e Alckmin, elogia Kassab e se compara a Mahatma Gandhi

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postado em 04/09/2008 15:59
O candidato do PP à Prefeitura de São Paulo, deputado Paulo Maluf, voltou a elogiar o atual prefeito e adversário na disputa, Gilberto Kassab (DEM) --a quem chamou de "bom administrador"-- e criticou novamente a ex-prefeita Marta Suplicy (PT), a quem declarou apoio no segundo turno das eleições municipais de 2004. O ex-prefeito, que participou da sabatina do jornal "O Estado de S. Paulo" nesta quinta-feira, também comentou sua imitação feita pelo ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) no início da semana. "Eu prefiro o original", afirmou. "Ele foi um bom vereador, foi um bom deputado. Está fazendo uma boa gestão. [...] Acho que ele teve uma coragem para tomar essa decisão que muitos não teriam em véspera de eleição, nem eu mesmo", disse Maluf, sobre a restrição imposta por Kassab à circulação dos veículos de carga em São Paulo. O candidato, no entanto, ressaltou que há "vários pontos" da administração de Kassab dos quais discorda. "São críticas à gestão, não à pessoa", completou. Apesar dos afagos ao adversário do DEM, Maluf não declarou se apoiaria o prefeito em um eventual segundo turno, mas disse esperar o apoio de Kassab caso prossiga na disputa. "Eu vou para o segundo turno. E espero contar com o apoio dele [de Kassab] quando chegar lá", disse Maluf. Segundo a última pesquisa do Datafolha, o deputado conta com 7% das intenções de voto e a maior taxa de rejeição entre os adversários (58%). Ontem, Kassab afirmou que aceitaria o apoio do ex-prefeito caso vá para o segundo turno. "O segundo turno é o momento de receber o apoio dos outros candidatos. E qualquer apoio é bem-vindo", afirmou. Ao comentar sua prisão em 2005, o candidato se comparou ao líder indiano Mahatma Gandhi e a Nelson Mandela, ex-presidente da África do Sul. "Se você for para a vida pública tem que se preparar para todas as injustiças. Eu fui preso por uma injustiça. [..] Sabe quem mais foi preso? O Mahatma Gandhi e o Nelson Mandela", disse. Maluf ficou preso durante 40 dias acusado de intimidar uma testemunha em um processo contra ele. *Adversários* Maluf ironizou ainda as propostas de Marta para o metrô paulista. "A Marta quando promete construir 47 km de metrô é a mesma coisa que falar que vai construir um submarino atômico. Todo mundo sabe que cabe ao governo [estadual] construir metrô", disse o autor da proposta do Freeway. Na seqüência, o candidato voltou a defender que "os maiores prefeitos de São Paulo foram engenheiros". "Nada contra os psicólogos e os anestesistas", disse, em referência à candidata petista, que é psicóloga, e ao adversário tucano, médico anestesista. "Se eu tivesse que chamar um cirurgião, eu chamaria o Alckmin. Agora, se é para construir uma obra de engenharia, chame o Paulo Maluf", completou. Questionado sobre os recentes escândalos ligados ao ex-prefeito Celso Pitta (1997-2000), seu "afilhado" político à época das eleições, Maluf admitiu que o uso "fora de contexto" de sua famosa frase de apoio a Pitta poderia prejudicar sua candidatura. "Ele foi um bom secretário de finanças, foi um bom diretor financeiro da minha empresa. [...] O ruim foi ele ter tido uma má conduta [como prefeito]", disse. Nas eleições de 1996, Maluf afirmou aos eleitores "nunca mais votem em mim", caso Pitta não realizasse um bom governo. Procurada pela reportagem, a assessoria de Marta não quis comentar as declarações de Maluf, mas reiterou que o projeto do PT para o metrô de São Paulo seria uma parceria entre prefeitura e o governo federal.

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