postado em 05/09/2008 11:05
A Justiça Eleitoral da Paraíba está fechando o cerco contra candidatos e cabos eleitorais acostumados a pagarem contas de água, luz e telefone de eleitores no período eleitoral em casas lotéricas e multbanks.
Durante reunião no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), o juiz da 64ª Zona Eleitoral de João Pessoa (PB), Aluízio Bezerra e o delegado da Polícia Federal, Derly Brasileiro, orientaram os representantes das lotéricas, multbanks e empresas de ônibus denunciarem estes casos a Polícia Federal ou à Justiça Eleitoral.
Aluízio Bezerra recomendou que esses estabelecimentos e as empresas de transportes públicos evitem a troca de dinheiro graúdo por miúdo, para que candidatos não se beneficiem com a compra de votos. Ele avisou que as empresas de transportes coletivos devem ficar à margem do processo eleitoral, pois são concessões públicas e não podem de nenhuma maneira colaborar com candidato ou partido político. "Outra questão importante é que não sejam feitas alterações nas rotas em função de comícios e arrastões", acrescentou.
O juiz Aluísio Bezerra recomendou que se atenderem qualquer pessoa que estiver pagando um volume muito grande de contas comunique a Polícia Federal e a Justiça eleitoral para a apuração do fato. "Sabemos que não é comum que a pessoa pague 10 ou 20 contas de terceiros e certamente pode estar vinculado às eleições. Por isso, se recebermos a denúncia vamos abrir inquérito policial e a pessoa deverá explicar de onde veio o dinheiro, de quem e porque está pagando. Continuaremos atentos para cumprir o nosso plano de trabalho no sentido de garantir a lisura do pleito", destacou.
O delegado da Polícia Federal, Derly Brasileiro, alertou os representantes das empresas para colaborem com à Justiça caso contrário poderão ser chamadas e autuadas como co- participantes de crime eleitoral. Segundo ele, a Polícia Federal recebeu informações de que candidatos iriam procurar essas empresas para trocar dinheiro, o que é crime.
Sobre a vigilância dos transportes coletivos, Derly Brasileiro afirmou que como concessão pública, elas não podem ser colocadas em benefício de nenhum candidato. Segundo ele, essas empresas podem servir para o transporte ilegal de eleitores, grupos ou para trocar grandes quantias em cheques ou dinheiro.