Politica

Nilcéa Freire diz que caso de grampo é "desagradável e assustador´

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postado em 05/09/2008 14:24
A ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Nilcéa Freire, classificou nesta sexta-feira de "desagradável e assustador" o grampo ilegal contra autoridades dos três Poderes. "Eu não tenho medo de falar ao telefone, mas é desagradável e assustador saber que tudo isso está ocorrendo", afirmou a ministra ao chegar à sede do Conselho Federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) para participar da Conferência Nacional para Superação da Violência e Promoção da Cultura da Paz. Nilcéa considera preocupante o fato de que as escutas telefônicas podem facilmente se transformar em instrumentos de chantagem ou invasão de privacidade. "A questão é que, em meio a uma conversa de cunho absolutamente pessoal, onde você está tratando de sua intimidade, a escuta pode ser utilizada em algum momento para uma chantagem, pode ser usada para invasão de sua intimidade.". Reportagem publicada pela revista "Veja" reproduz uma conversa telefônica do presidente do STF, ministro Gilmar Mendes, com Demóstenes no dia 15 de julho. Os dois confirmaram o diálogo. A revista diz ter obtido a transcrição da conversa das mãos de um agente da Abin --que, por lei, não pode realizar interceptações telefônicas. E atribui o grampo a agentes secretos em associação a investigadores da Polícia Federal. A PF nega ter feito escuta sem autorização judicial, mas abriu inquérito para apurar o caso. De acordo com a "Veja", além de Gilmar Mendes, foram monitoradas ilegalmente outras autoridades dos três Poderes. A revista cita o ministro do STF Marco Aurélio Melo, o chefe-de-gabinete do presidente Lula, Gilberto Carvalho, os ministros Dilma Rousseff (Casa Civil) e José Múcio (Relações Institucionais) e o presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), entre outros nomes. Após a denúncia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou o afastamento temporário de toda a cúpula da Abin. O afastamento será por tempo indeterminado, ou seja, até a conclusão das investigações da Polícia Federal.

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