Politica

Advogados de Dantas rebatem acusação de Felix sobre grampo ilegal

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postado em 05/09/2008 18:09
O advogado Nélio Machado, responsável pela defesa do banqueiro Daniel Dantas, do banco Opportunity, rebateu nesta sexta-feira, no Rio, as acusações do ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Jorge Felix, que teria mencionado a possibilidade de Dantas ter grampeado o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Gilmar Medes. De acordo com Machado, a defesa do banqueiro entrará com uma interpelação judicial no STF nesta segunda-feira (8), pedindo explicações de Felix. "Caso insista na maledicência, ele vai ser processado pelo crime de calúnia", afirmou o advogado. A ligação de Dantas com o caso das escutas clandestinas contra autoridades dos três Poderes teria sido mencionada pelo general durante reunião com o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), no Palácio do Planalto. Segundo Machado, Dantas não teria nenhum interesse em prejudicar o ministro que lhe concedeu a liberdade. Mendes concedeu o primeiro habeas corpus ao banqueiro, preso durante a Operação Satiagraha, da Polícia Federal. "A gente tem que pensar a quem o crime [os grampos ilegais] interessa. É um contra-senso completo, próprio de um kamikaze", afirmou Machado, para quem Mendes é "um homem de bem". "Tentavam intimidar o STF. Estavam buscando comprometer um homem de bem, que é respeitado no Brasil e fora do país. É o episódio mais grave da República. Muito pior que o mensalão. A agressão ao STF, não conheço em lugar nenhum do mundo", completou o advogado, em referência à Abin (Agência Brasileira de Inteligência). "A Abin é pior que o FBI, porque tem meios modernos. O próprio ministro Nelson Jobim [Defesa] afirma que Abin tem esse tipo de equipamentos. E se tem, é para fazer uso", concluiu. Hoje, o advogado de Dantas acompanhou o depoimento de Francisco de Carvalho Soares, testemunha de defesa de Humberto Braz --braço-direito do banqueiro--, realizado na 9¦ Vara Federal Criminal do Rio. Braz, Dantas e o professor Hugo Chicaroni respondem a processo por corrupção ativa por suposta tentativa de suborno de um delegado da PF.

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