Politica

Tucanos estão dispostos a discutir grampos com Lula mas aguardam convite

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postado em 05/09/2008 20:41
Líderes do PSDB estão dispostos a se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir os grampos telefônicos contra autoridades dos três Poderes, mas esperam que a iniciativa do encontro parta do próprio presidente. O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), confirmou nesta sexta-feira a disposição de conversar com Lula sobre o que considera "o episódio mais grave" do governo petista. "Não me furto a conversar se for uma conversa séria. Eu acho que não deve ser jogar fora uma conversa sobre a coisa mais grave que aconteceu no governo Lula, mais que o mensalão. Estando em jogo essa coisa que se chama democracia, a gente tem que sentar com ele", afirmou. O encontro entre Lula e os tucanos vem sendo articulado pelo senador Tião Viana (PT-AC). O petista procurou Virgílio logo após a divulgação, pela revista "Veja", dos grampos supostamente realizados pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência) contra o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, ministros do governo federal e parlamentares do governo e da oposição. Virgílio disse, porém, que o PSDB terá que decidir conjuntamente sobre o encontro com Lula. "O PSDB tem que avaliar se deve dizer não ou sim. Eu não quero ter relação extrema com ninguém. Sou contra diversos métodos do governo dele, mas não sou de mal com ele", afirmou. O tucano afirmou que o diálogo com Lula não põe em risco a postura de oposição adotada pelo PSDB desde o início do governo petista. "Se o diálogo ajudar a colocar o animal na jaula, ótimo, porque eu quero o animal na jaula. Eu não tenho medo de dialogar. Eu vou a um lugar e volto igual. Em Manaus, eu já fui à parada gay e voltei igualzinho, exatamente como eu era." O presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra (PE), se mostrou disposto a conversar com o presidente Lula, mas defende que o presidente primeiro se explique sobre as denúncias. "Não vejo problema do PSDB conversar com o presidente, mas não há nenhuma especulação sobre isso nem condições de fazermos isso agora. Não que a gente tenha nada contra conversar com o presidente, mas não há necessidade nem razão para isso neste momento", afirmou. Guerra defende que Lula compareça ao Congresso para dialogar com o Legislativo por inteiro, incluindo os demais partidos de oposição. "A proposta nossa é que ele venha para reunião do Congresso e fale. A situação é extremamente grave, mas o presidente deve tomar consciência dessa situação e tomar providências. E o Congresso deve assumir o seu papel." *Encontro* Segundo o *blog do Josias*, Viana afirmou que partiu dele a idéia de articular uma reunião do presidente Lula com lideranças do PSDB. "Eu estou tentado mediar esse encontro. Julgo importante politicamente. [...] É relevante para as relações institucionais entre os dois maiores partidos [PT e PSDB]. É importante que conversem", disse o petista. Segundo o blog, Viana telefonou para Gilberto Carvalho, chefe-de-gabinete de Lula, na última quarta-feira (3), pedindo que ele tentasse agendar um encontro de Lula com três lideranças tucanas: Guerra, Virgílio e o líder do PSDB na Câmara, José Aníbal (SP). A reunião serviria para discutir o "grampogate" e suas repercussões políticas.

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