Politica

Deputado petista está envolvido com milícias, diz Beltrame

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postado em 05/09/2008 20:45
O secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, disse nesta sexta-feira (05/09) ter certeza que o deputado estadual Jorge Babu (PT) tem envolvimento com a milícia que foi alvo de uma operação da Polícia Civil do Rio nesta manhã. O deputado nega as acusações. Beltrame afirmou ainda que o grupo cometeu crimes eleitorais e vai encaminhar o caso ao TRE-RJ (Tribunal Regional Eleitoral) do Rio. Seis pessoas, quatro delas policiais militares, já foram presas na operação --que tem dez mandados de prisão, no total. Babu não tinha mandado de prisão por ter foro privilegiado. O deputado, segundo a Corregedoria da PM (Polícia Militar), que investigou o caso, comandava a milícia com o tenente-coronel da PM Carlos Jorge Cunha. Jorge Cunha foi preso na operação. Ele já havia sido afastado há mais de um ano por suspeita de envolvimento em "atos ilícitos", de acordo com o comandante da PM do Rio, tenente-coronel Gilson Pitta. Com base em grampos telefônicos, os policiais constataram que o grupo supostamente comandado por Babu estava envolvido em homicídios e intimidava moradores de favelas e áreas dominadas pelo grupo a votar em candidatos indicados por eles. "A população não podia nem receber correspondências em casa ou remédios se não estivessem em dia com o pagamento [cobrado ilegalmente pela milícia]", afirmou o secretário. Segundo a corregedora da PM do Rio, Ivanetti Fernanda de Araújo, havia indícios de que os milicianos pressionavam moradores que eram eleitores em zonas eleitorais fora da área de atuação do grupo criminoso ou da cidade. O objetivo, segundo Araújo, era que esses moradores pudessem votar nos candidatos indicados pelos milicianos. "Temos indícios de que havia uma intimidação para mudança de foro, para que pudesse ser feito o voto dentro da comunidade", disse. Beltrame disse que vai enviar todo o material apreendido para o TRE-RJ. Além do material de cunho eleitoral, os policiais também apreenderam fichas com o nome de moradores que, para a corregedora, eram uma forma de assegurar o pagamento de taxas à milícia. A milícia que Babu comandava, segundo a Draco (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas), era rival à Liga da Justiça, milícia supostamente controlada pelo vereador Jerônimo Guimarães (PMDB), o Jerominho, que está preso. O deputado nega as acusações. A reportagem ainda não conseguiu contato com o advogado de Babu.

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