Politica

PF traça rumos da apuração de escutas ilegais

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postado em 06/09/2008 08:13
Na avaliação de investigadores da Polícia Federal, o inquérito que apura as supostas escutas telefônicas no Senado e no Supremo Tribunal Federal (STF) deve progredir na próxima semana, quando servidores das duas instituições começam a ser ouvidos pela PF. Os depoimentos do senador Demostenes Torres (DEM-GO) e do ministro Gilmar Mendes, que tiveram as conversas grampeadas, não deve ter grande relevância na apuração dos fatos, já que os dois figuram como vítimas. Porém, os técnicos das duas casas podem dar outras informações, inclusive sobre o funcionamento dos aparelhos de segurança dos prédios. A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) é apontada como a principal suspeita pelas interceptações ilegais. Na quinta-feira passada, peritos da PF estiveram no Senado examinando a central telefônica da Casa, já que existe a suspeita de que os grampos podem ter partido do próprio equipamento. Os federais não informaram quando os exames estarão prontos, mas confirmam que eles também podem ser essenciais para os próximos passos da investigação. Até agora, houve apenas o depoimento de Demostenes, enquanto que Gilmar Mendes deverá ser ouvido na semana que vem (leia abaixo). ;Nos próximos dias é que o caso começa a evoluir;, observa uma fonte da PF. Os delegados do caso, William Morad e Rômulo Berredo, não comentam o inquérito, que está sob sigilo. Somente depois de ouvir os servidores do Senado e do Supremo é que a Polícia Federal vai definir uma linha de investigação. Hoje, a Polícia Federal trabalha com a possibilidade de as escutas clandestinas terem sido feitas a partir das centrais telefônicas das duas instituições. Além disso, não é descartado o vazamento de algumas interceptações feitas durante a Operação Satiagraha, que prendeu o banqueiro Daniel Dantas, controlador do Opportunitty. Outra linha considerada remota, mas que também será investigada, é a de que empresas ou pessoas físicas fizeram os grampos. Cúpula afastada Mas o peso maior das suspeições ficou com a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que se defende afirmando que não há equipamentos para fazer grampos. Entretanto, toda a cúpula da corporação, incluindo seu diretor Paulo Lacerda, foi afastada provisoriamente enquanto as investigações estão sendo realizadas. O dirigente afirma que institucionalmente a agência não autorizou as escutas, já que não tem atribuição para isso. Lacerda vem despachando na sala de estudos de assuntos estratégicos do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República. A previsão da Polícia Federal é a de que o inquérito dure pelo menos 60 dias. Leia mais na edição impressa do Correio Braziliense

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