Politica

Oito candidatos já foram assassinados este ano

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postado em 08/09/2008 10:27
A menos de um mês das eleições, oito candidatos já foram assassinados, aumentando a preocupação com segurança nas campanhas. As autoridades do setor de inteligência do governo federal estão fazendo um mapeamento para identificar quais as áreas problemáticas. Até agora, pelo menos quatro já foram definidas: Nordeste, Roraima, Pará e Entorno de Brasília. Nos próximos dias, a Polícia Federal definirá o esquema de segurança que será utilizado no interior do país. A Coordenação-Geral de Defesa Institucional da PF está recebendo relatórios com o cenário sobre a situação dos municípios para definir como agir durante o período eleitoral. Mas o problema já assusta o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Até agora, pelo menos quatro estados já requisitaram tropas federais. O Pará terá a presença do Exército e da Força Nacional de Segurança em 83 cidades, um recorde nacional. No Pará, dois candidatos já foram assassinados. Argemiro Gomes da Silva, que disputava a prefeitura de Rio Maria, foi executado com um tiro na nuca, enquanto que outro vereador foi assassinado em Uruará. Os dois municípios, localizados no sul do estado, são conhecidos pela violência. Porém, as atenções das autoridades federais estão no Rio de Janeiro. ;O maior problema é em relação às milícias;, diz um policial da área de inteligência, que prevê novas mortes até o final da campanha eleitoral. O pedido de vista do ministro Carlos Alberto Direito na votação no Supremo Tribunal Federal (STF) do recurso contra a demarcação contínua da área indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima, diminuiu a tensão no estado. As autoridades federais prevêem uma eleição menos tensa em Boa Vista ; o maior colégio eleitoral do estado ;, mas mantêm vigilância permanente em Pacaraima, onde índios e brancos se enfrentam constantemente. Tanto Exército quanto Polícia Federal e Força Nacional estarão de prontidão. Os dois lados lançaram candidatos, mas até agora não houve incidentes. Assassinato A morte de um candidato a vereador em Águas Lindas (GO) alertou o governo sobre o problema, que pode se agravar nos próximos anos. ;Todos sabem da migração do eleitor de Brasília para o Entorno. Porém, o que temos notado nas duas últimas eleições é o aparecimento de ;coronéis;, que comandam o pleito. Muitos nem moram nas cidades onde disputam as eleições ou apóiam candidatos;, diz um delegado. ;O coronelismo estava saindo da cultura política do país, mas está voltando aos poucos;, acrescenta o policial, ressaltando que o problema ocorre também no Nordeste, onde muitos candidatos estão se apoderando de obras federais para alavancar suas campanhas. Compondo a lista dos estados onde há cidades perigosas para se fazer campanha, Alagoas já possui dois municípios onde a presença de tropas federais foi requisitada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Uma delas, Pilar, distante 36km da capital, tem histórico de assassinatos de prefeitos e de conflitos corporais entre candidatos. Durante um discurso há duas semanas, os adversários Oziel Barros (PTdoB) e Carlos Alberto Canuto (PMDB) chegaram a brigar. O duelo fez o juiz eleitoral da cidade, Rodolfo Osório Gatto, baixar um decreto suspendendo por cinco dias qualquer ato público das coligações. A agressividade da campanha é um retrato fiel do histórico político da cidade. Em janeiro de 2007, o então vice-prefeito do município, Gilberto Pereira, foi assassinado a tiros. Em abril deste ano, Amaro Veloso, vice do atual prefeito Oziel Barros, que tenta a reeleição, foi seqüestrado. Segundo a polícia, também por motivação política. Os episódios envolvendo políticos da região foram argumentos do juiz eleitoral, e aceitos pelo TRE, para pedir as tropas federais destinadas a garantir a segurança das eleições. Leia mais na edição impressa do Correio Braziliense

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