postado em 12/09/2008 10:39
Irritado com uma propaganda veiculada dentro do horário eleitoral gratuito do PSDB, o deputado federal Antonio Carlos Magalhães Neto, candidato do DEM à Prefeitura de Salvador, ameaçou ontem "implodir" a aliança entre os democratas e os tucanos para a disputa presidencial em 2010.
"Se o PSDB nacional não agir para evitar o desrespeito pessoal, com o está acontecendo, os tucanos não contarão com o meu apoio em 2010 e perderão o principal palanque [Salvador] no Nordeste", disse ACM Neto, líder das pesquisas de intenção de voto na capital baiana.
Na propaganda da coligação que apóia Antonio Imbassahy (PSDB), são mostradas imagens do democrata ameaçando dar uma "surra" no presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"O presidente da República, ou qualquer um dos seus que tiver coragem de se meter na minha frente [...], tomará uma surra", afirmou o deputado, em 2005. Na ocasião, ACM Neto dizia que seus telefones haviam sido grampeados pela Abin. Depois, ACM Neto disse ter errado ao fazer essa declaração. "Eu errei, todo homem é passível de falhas", afirmou.
A Folha apurou que o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), telefonou ontem pela manhã para o deputado. Na conversa, o senador disse que iria procurar o diretório estadual do PSDB para solicitar "prudência" nos ataques contra ACM Neto.
Deputados e pessoas próximas ao democrata contaram também que ACM Neto procurou os governadores José Serra (PSDB-SP) e Aécio Neves (PSDB-MG) para reclamar de Antonio Imbassahy. ACM Neto disse também que o candidato tucano está fazendo o "jogo do PT".
Ontem, advogados da coligação do democrata ingressaram na Justiça Eleitoral com uma ação para impedir a veiculação do comercial.
Ex-prefeito de Salvador, Imbassahy estava ontem gravando programas eleitorais e não falou com a reportagem. Através de sua assessoria, Imbassahy informou que o comercial vai continuar sendo exibido, porque faz parte de sua estratégia de campanha.
O tucano negou também qualquer tipo de acordo com o PT para "bater" em ACM Neto. "Quem fala isso quer desestabilizar a minha campanha, que está sendo muito bem aceita pelos leitores", disse o ex-prefeito, por sua assessoria.