postado em 12/09/2008 11:55
A candidata do DEM à Prefeitura do Rio de Janeiro, Solange Amaral (DEM), foi a primeira prefeiturável a fazer campanha em uma área ocupada pelas tropas federais.
Solange entrou por volta das 10h desta quinta-feira na comunidade Cidade de Deus, em Jacarepaguá, na zona oeste. A área está ocupada desde ontem por cerca de 500 militantes do Exército.
A candidata solicitou a visita à Justiça Eleitoral na tarde de ontem. Durante corpo-a-corpo, ela esteve acompanhada de cabos eleitorais. No mesmo momento, militantes de outros candidatos também faziam campanha na região.
Hoje, o Exército entrou em mais duas favelas do complexo da Maré -- Vila Pinheiros e Nova Holanda--, que até ontem estavam ocupadas por fuzileiros navais da Marinha. Os militares da Marinha tiveram que deixar o local para participar de um exercício naval.
1° dia
O primeiro dia do Exército e Marinha para assegurar o processo eleitoral em sete favelas do Rio foi tranqüilo e sem incidentes, mas não atraiu candidatos a vereador ou prefeito da cidade.
Temendo repercussão negativa com eleitores, nenhum candidato fez campanha nas favelas ocupadas pelos 3.500 militares da Operação Guanabara.
Chico Alencar (PSOL) e Fernando Gabeira (PV) consideraram a operação "um avanço". Alessandro Molon (PT) e Paulo Ramos (PDT) criticaram a medida.
No entanto, mesmo os candidatos que apoiaram a ação dos soldados e fuzileiros navais em comunidades controladas por traficantes e milicianos, fizeram ressalvas às normas estabelecidas pela Justiça Eleitoral para a campanha nestas regiões.
A exigência de confirmar antecipadamente a presença nas áreas ocupadas pelos militares e o horário estabelecido para a campanha eleitoral --de 12h às 18h-- foram considerados complicadores adicionais para as equipes e militantes.
Missão
As Forças Armadas terão como missão no Rio coibir a imposição de candidatos, em áreas da cidade controladas por traficantes e milicianos, por meio de ameaças aos eleitores.
De acordo com o vice-presidente do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Rio de Janeiro, Alberto Motta Moraes, os homens atuarão em 24 localidades.
Moraes ressaltou que a operacionalização ficará por conta das Forças Armadas, mas que o reforço na segurança terá a participação ainda das polícias Militar e Civil do Estado, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal.
"A presença do Estado nessas regiões tem o objetivo de transmitir aos eleitores das diversas regiões a segurança de que eles poderão ter confiança de que as eleições vão ocorrer normalmente e que eles não sofrerão a pressão que estão sofrendo.".
A atuação não será simultânea nas 24 áreas. Segundo o vice-presidente, as primeiras localidades servirão como termômetro para definir detalhes para as próximas áreas.