postado em 13/09/2008 08:58
Ninguém questiona a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nem mesmo a oposição. Enquanto os governistas avaliam que o céu é o limite para a aprovação do desempenho de Lula, cabe aos adversários apenas apostar na teoria de que não existe transferência de votos em eleição presidencial.
;A popularidade do presidente é um fenômeno que se vê nas ruas. Num palanque, basta citar o nome do presidente para todo mundo aplaudir. A tendência é a popularidade se manter em alta e melhorar ainda mais. Ele é o grande cabo eleitor de 2010, sem dúvida nenhuma;, disse o ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro.
A pesquisa DataFolha divulgada ontem mostra que Lula bateu o próprio recorde e tem avaliação boa ou ótima de 64% da população. O fato inédito foi a expansão nos setores mais ricos. De acordo com o levantamento, 57% das famílias que vivem com renda mensal superior a R$ 4.150 aprovam o governo. Por isso, nem os opositores do Palácio do Planalto questionam os fatos. ;Marqueteiro diz que é proibido bater em Lula. E ninguém bate no presidente porque reconhecemos a popularidade que ele tem;, disse o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE).
Para não confundir seu discurso com o de um governista de carteirinha, o dirigente tucano ressalva que popularidade não significa que o candidato da base governista herdará todos os potenciais eleitores do petista. ;Não existe transferência de voto em eleição presidencial;, estima Guerra.
A tese do adversário do Palácio do Planalto é a mesma de um aliado. O vice-líder do governo na Câmara, Beto Albuquerque (PSB-RS), chega até a ironizar. Diz que se o PT conseguisse os votos de Lula, o partido elegeria todos os governadores de estados. ;O Lula é uma grande liderança, mas entre ele ser uma grande liderança e alguém apresentado por ele incorporar todos os potenciais votos há uma grande diferença. Eleição não é assim que funciona. É evidente que transfere algo, mas não tudo. Para ser igual ao Lula só o Lula mesmo;, diz o deputado.
Dilma
A esperança da oposição reside no óbvio fato de que o adversário em 2010 não será Lula, mas alguém apresentado por ele. Até agora, a mais cotada é a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Por isso, os tucanos garantem que não traçaram a estratégia eleitoral baseada na aprovação pessoal de Lula. ;A nossa estratégia não será moldada pela popularidade do presidente;, garante Sérgio Guerra.
Nas eleições municipais, pelo menos, não é isso que tem acontecido. A imagem do presidente é disputada a tapa até pela oposição. Em Salvador, a campanha de Antonio Imbassahy (PSDB) mostrou imagens de Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM) dizendo que daria uma ;surra; em Lula, numa estratégia para desidratar o adversário que aparece na frente nas pesquisas. Contrariado, ACM Neto (DEM) entrou na Justiça para que o tucano retirasse a propaganda do ar com medo de perder votos.