postado em 16/09/2008 08:48
O PSDB pode sair desta eleição municipal maior do que em 2004. A três semanas do primeiro turno, o principal partido de oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem chance de vitória em quatro capitais, o mesmo número do pleito anterior e pode ampliar suas conquistas caso tenha sucesso nas disputas emboladas em Salvador e São Paulo.As maiores chances dos tucanos são as reeleições em Curitiba, Teresina e Cuiabá. Dos três cenários, o mais complexo é o do prefeito da capital de Mato Grosso. Wilson Santos dificilmente conseguirá encerrar a briga no primeiro turno. Nos outros, a tranqüilidade impera. O prefeito de Curitiba, Beto Richa, ainda não conseguiu enxergar a sombra de Gleisi Hoffman (PT). E em Teresina, Silvio Mendes, apesar de contar com a oposição do governo estadual de Wellington Dias (PT), possui grande popularidade e é favorito. ;Temos uma perspectiva otimista nos estados onde temos governo. Tudo indica que vamos ser vencedores nessas três cidades;, disse o secretário-geral do PSDB, deputado Rodrigo de Castro (MG).
Além dessas capitais, as chances são amplas em São Luís. O PSDB beneficiou-se por uma queda-de-braço dentro do PDT entre o governador Jackson Lago e o prefeito Tadeu Palácio. O governador não aceitou a decisão de seu partido optar por Clodomiro Paz e deu apoio informal ao tucano João Castelo. ;Em São Luís, João Castelo tem o dobro da soma dos votos dos outros concorrentes;, comentou o dirigente.
Para o secretário-geral, também há chances em Salvador, onde Antonio Imbassahy está na disputa e aparece embolado com o prefeito João Henrique, e o petista Walter Pinheiro. Na capital baiana, até agora a disputa é ver quem conseguirá ir para o segundo turno com o deputado ACM Neto (DEM). Os opositores do carlismo apostam na tese de que o parlamentar não conseguirá aumentar o número de votos e acabará derrotado. ;Em Salvador temos chance, mas a eleição está muito embolada;, disse o secretário-geral.
Em São Paulo, apesar do crescimento de Gilberto Kassab, o partido espera que a mudança na propaganda eleitoral do tucano Geraldo Alckmin dê resultados em breve. A campanha tucana dispensou o marqueteiro Lucas Pacheco por entender que ele não estava conseguindo emplacar a imagem da experiência administrativa do ex-governador e ex-candidato à Presidência da República. Em seu lugar entrou Raul Cruz Lima, que deu início a uma propaganda ofensiva mirando não só a petista Marta Suplicy como o prefeito Gilberto Kassab, que conta com apoio de tucanos ligados ao governador José Serra.
;Esperamos que isso surta efeito já nessa semana. Era o grande ;calcanhar de Aquiles; do candidato. Mas há uma forte convicção de irmos para o segundo turno. Aí o quadro muda completamente, pois a Marta Suplicy (PT) tende a ficar mais isolada;, afirmou. Para ele, o ;caminho natural;, em um embate com a petista no segundo turno, seria Alckmin herdar os votos de Kassab.
Sem previsão
Mas, até agora, Alckmin tem sofrido uma desidratação eleitoral. O prefeito Gilberto Kassab tem conseguido sugar votos do ex-governador e conseguiu dar um salto nas pesquisas eleitorais, tornando difícil qualquer previsão sobre quem disputará o segundo turno ou se é possível que Marta Suplicy leve a prefeitura logo na primeira rodada.
De uma forma ou de outra, a direção tucana está otimista. ;Estamos com chances reais de nos sairmos melhor nas eleições municipais desse ano do que nas eleições passadas. Claro que São Paulo tem um peso maior. Dessa vez, há uma situação em que não estamos na frente da pesquisa, mas há reais chances de irmos para o segundo turno contando com os eleitores do Kassab;, completou.
É justamente o peso maior de São Paulo que pode significar a derrota ou vitória do PSDB a partir de 2009. Se perder com Alckmin não conseguindo chegar ao segundo turno, além de desmoralizado na principal cidade do país, o partido não terá os pouco mais de oito milhões de eleitores da capital paulista. Quando somar o número de eleitores sob seu guarda-chuva, fatalmente o partido terá encolhido, apesar de continuar comandando as quatro capitais que já governa.