Politica

Delegado Roberto Troncon substitui Menezes

Interino tenta demonstrar tranqüilidade na corporação, mas não consegue. Simplesmente argumenta que a Polícia Federal ;segue as regras do jogo;

postado em 17/09/2008 08:38

O delegado Roberto Troncon, diretor de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal, tentou vender uma imagem de tranqüilidade ao explicar o que levou o segundo homem da corporação para a cadeia. O desenrolar do dia, no entanto, desconstruiu-a por completo. O episódio pegou a corporação num momento delicado, por causa das denúncias que envolvem grampos e investigações paralelas, e a perspectiva é de que a acusação contra o delegado Romero Menezes potencialize essa crise.

O diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa, ficou extremamente abalado com o episódio. À tarde, quando poderia explicar à imprensa os detalhes da prisão, preferiu terceirizar a entrevista. Escalou Troncon e o delegado Anderson Rui Fontel, superintendente no Amapá, para atender os jornalistas. Visivelmente constrangidos, os dois delegados não conseguiram destrinchar o caso.

Troncon procurou ressaltar que o fato reforça a imagem da corporação, já que a PF daria provas de que seu trabalho é feito seguindo as regras do jogo. ;Nós atuamos de forma transparente, seguimos a regra do jogo, acatamos as decisões judiciais, e essa foi uma decisão judicial no curso de uma investigação criminal, desenvolvida pela PF, e que foi cumprida em que pese o alvo da medida ter sido neste momento um alto gestor da Polícia Federal;, declarou.

Apesar da aparente naturalidade nas palavras do delegado, a prisão do chefe da Diretoria-Executiva (Direx) abalou o Máscara Negra ; apelido do prédio de vidros fumês onde funciona a sede da PF. O posto ocupado por Romero Menezes é estratégico. Seu ocupante responde pela corporação na falta do titular. Foi ele quem se reuniu, em julho passado, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir o caso Protógenes Queiroz/Operação Satiagraha. Informações importantes da polícia, caso das grandes operações contra o crime organizado, passam pelo gabinete do Direx, localizado no 6; andar.

Credenciais

Ao assumir o comando da PF, em setembro do ano passado, Corrêa teve o cuidado de buscar alguém altamente credenciado para o posto. O diretor-geral tinha uma preocupação em mente: apagar uma das manchas da administração do delegado Paulo Lacerda. No primeiro semestre de 2007, o delegado Zulmar Pimentel, o segundo de Lacerda, foi defenestrado do cargo após ser acusado pelo Ministério Público Federal de vazar informações da Operação Navalha. Coincidentemente, acusação parecida fisgou, agora, o segundo de Corrêa.


PERSONAGEM DA NOTÍCIA
No caso Protógenes


O delegado Roberto Troncon, que assumirá interinamente o lugar de Romero Menezes, foi um dos emissários enviados pela cúpula da PF a São Paulo para participar da reunião que selou, em julho, o afastamento de Protógenes Queiroz do inquérito da Operação Satiagraha.

Troncon conduziu a reunião, que transcorreu em clima tenso. A PF divulgou trechos da conversa e sustenta que Protógenes pediu para se afastar do caso para fazer um curso interno. O delegado, no entanto, apresenta outra versão: a de que foi pressionado a deixar a investigação.

Na tentativa de levantar dados sobre a investigação contra o dono do Opportunity, segundo o inquérito da Satiagraha, advogados de Daniel Dantas cogitaram recorrer a Troncon, tratados por eles como ;superior hierárquico; de Protógenes. O delegado nega que tenha havido algum contato, assim como o advogado Nélio Machado, que defende o banqueiro.

Estresse na corporação

; Antecessor de Romero Menezes, o delegado Zulmar Pimentel (foto) foi afastado do cargo de diretor-executivo em maio do ano passado, durante a gestão de Paulo Lacerda, após ter o nome vinculado à Operação Navalha, que tinha como alvo quadrilha especializada em fraudar licitações. Segundo o Ministério Público Federal, Pimentel teria vazado informações do inquérito.

; A acusação dos procuradores da República em Brasília se estendeu aos delegados federais João Batista Paiva Santana, ex-superintendente da PF no Ceará, e Marco Antônio Cavaleiro, que atuou como assessor parlamentar do senador Romeu Tuma (PTB-SP). O caso tramita no Superior Tribunal de Justiça (STJ) por causa do envolvimento de governadores, com direito a foro naquela corte.

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Delegado Roberto Troncon substitui Menezes

Interino tenta demonstrar tranqüilidade na corporação, mas não consegue. Simplesmente argumenta que a Polícia Federal ;segue as regras do jogo;

postado em 17/09/2008 08:38

O delegado Roberto Troncon, diretor de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal, tentou vender uma imagem de tranqüilidade ao explicar o que levou o segundo homem da corporação para a cadeia. O desenrolar do dia, no entanto, desconstruiu-a por completo. O episódio pegou a corporação num momento delicado, por causa das denúncias que envolvem grampos e investigações paralelas, e a perspectiva é de que a acusação contra o delegado Romero Menezes potencialize essa crise.

O diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa, ficou extremamente abalado com o episódio. À tarde, quando poderia explicar à imprensa os detalhes da prisão, preferiu terceirizar a entrevista. Escalou Troncon e o delegado Anderson Rui Fontel, superintendente no Amapá, para atender os jornalistas. Visivelmente constrangidos, os dois delegados não conseguiram destrinchar o caso.

Troncon procurou ressaltar que o fato reforça a imagem da corporação, já que a PF daria provas de que seu trabalho é feito seguindo as regras do jogo. ;Nós atuamos de forma transparente, seguimos a regra do jogo, acatamos as decisões judiciais, e essa foi uma decisão judicial no curso de uma investigação criminal, desenvolvida pela PF, e que foi cumprida em que pese o alvo da medida ter sido neste momento um alto gestor da Polícia Federal;, declarou.

Apesar da aparente naturalidade nas palavras do delegado, a prisão do chefe da Diretoria-Executiva (Direx) abalou o Máscara Negra ; apelido do prédio de vidros fumês onde funciona a sede da PF. O posto ocupado por Romero Menezes é estratégico. Seu ocupante responde pela corporação na falta do titular. Foi ele quem se reuniu, em julho passado, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir o caso Protógenes Queiroz/Operação Satiagraha. Informações importantes da polícia, caso das grandes operações contra o crime organizado, passam pelo gabinete do Direx, localizado no 6; andar.

Credenciais

Ao assumir o comando da PF, em setembro do ano passado, Corrêa teve o cuidado de buscar alguém altamente credenciado para o posto. O diretor-geral tinha uma preocupação em mente: apagar uma das manchas da administração do delegado Paulo Lacerda. No primeiro semestre de 2007, o delegado Zulmar Pimentel, o segundo de Lacerda, foi defenestrado do cargo após ser acusado pelo Ministério Público Federal de vazar informações da Operação Navalha. Coincidentemente, acusação parecida fisgou, agora, o segundo de Corrêa.


PERSONAGEM DA NOTÍCIA
No caso Protógenes


O delegado Roberto Troncon, que assumirá interinamente o lugar de Romero Menezes, foi um dos emissários enviados pela cúpula da PF a São Paulo para participar da reunião que selou, em julho, o afastamento de Protógenes Queiroz do inquérito da Operação Satiagraha.

Troncon conduziu a reunião, que transcorreu em clima tenso. A PF divulgou trechos da conversa e sustenta que Protógenes pediu para se afastar do caso para fazer um curso interno. O delegado, no entanto, apresenta outra versão: a de que foi pressionado a deixar a investigação.

Na tentativa de levantar dados sobre a investigação contra o dono do Opportunity, segundo o inquérito da Satiagraha, advogados de Daniel Dantas cogitaram recorrer a Troncon, tratados por eles como ;superior hierárquico; de Protógenes. O delegado nega que tenha havido algum contato, assim como o advogado Nélio Machado, que defende o banqueiro.

Estresse na corporação

; Antecessor de Romero Menezes, o delegado Zulmar Pimentel (foto) foi afastado do cargo de diretor-executivo em maio do ano passado, durante a gestão de Paulo Lacerda, após ter o nome vinculado à Operação Navalha, que tinha como alvo quadrilha especializada em fraudar licitações. Segundo o Ministério Público Federal, Pimentel teria vazado informações do inquérito.

; A acusação dos procuradores da República em Brasília se estendeu aos delegados federais João Batista Paiva Santana, ex-superintendente da PF no Ceará, e Marco Antônio Cavaleiro, que atuou como assessor parlamentar do senador Romeu Tuma (PTB-SP). O caso tramita no Superior Tribunal de Justiça (STJ) por causa do envolvimento de governadores, com direito a foro naquela corte.

; Durante a administração de Paulo Lacerda, houve outra baixa na cúpula da corporação. Suspeitas da utilização ilegal de dados sigilosos determinaram, em julho de 2006, a prisão do ex-superintendente estadual da PF no Rio José Milton Rodrigues e de seu ex-diretor-executivo Roberto Prel. Eles foram parar atrás das grades, durante a Operação Cerol, acusados de ;afrouxamento; de inquéritos para facilitar a não punição de empresários denunciados por crimes fazendários.

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