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PT quer acordo depois das urnas em Belo Horizonte

Ainda divididos na disputa pela Prefeitura, petistas acertarão contas quando acabar a campanha na capital. Presidente do partido diz que é preciso se concentrar na vitória de Márcio Lacerda

postado em 17/09/2008 09:26
No balanço das campanhas municipais realizado segunda-feira em Brasília, a direção nacional do PT incluiu entre as vitórias consideradas certas a eleição de Márcio Lacerda (PSB) para a prefeitura de Belo Horizonte, com o petista Roberto Carvalho como vice. A capitalização da liderança que Lacerda obteve nas pesquisas poderia ser um indicativo de que a cúpula petista começa a assimilar a polêmica aliança da capital mineira. Oficialmente, a chapa é composta pelo PT e PSB, mas o governador Aécio Neves (PSDB) foi o fiador político do acordo e é o principal patrocinador da candidatura de Lacerda. Mas o presidente do PT, Ricardo Berzoini, afirma que o acordo ainda está muito distante. ;Continuamos a receber reclamações das duas alas do partido em Minas (a favor e contra o acordo) e as relações internas terão de ser resolvidas depois das eleições.; O PT mineiro está dividido, numa crise com ramificações que alcançam Brasília e o governo Lula. Parte do partido, incluindo os ministros Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) e Luiz Dulci (Secretaria-Geral da Presidência), não aceita a composição informal com o PSDB. Alguns dissidentes embarcaram na campanha de Jô Moraes, candidata do PCdoB. Ela começou na liderança, mas caiu para o segundo lugar nas pesquisas com o crescimento de Lacerda. A mudança nos índices acirrou ainda mais a disputa interna do PT. ;Recebemos queixas de uma ala do partido para quem Aécio vem aparecendo demais na campanha. E da outra, que reclama das adesões à candidatura de Jô Moraes;, reconhece Berzoini. O presidente nacional do partido admite que será necessário um acerto de contas, mas transfere o problema para depois das eleições. ;Agora é hora de nos concentramos em garantir a vitória de Márcio Lacerda e Roberto Carvalho. Depois, vamos rediscutir as relações internas. Não será fácil, porque todo mundo vai dizer que tinha razão.; Resultado Berzoini admite que o resultado das urnas será importante para resolver esse impasse. É um bom sinal para a ala liderada pelo atual prefeito, Fernando Pimentel, que defende desde o início a aliança com o PSDB. Se as pesquisas forem confirmadas e Lacerda for eleito, o grupo terá fincado posição nas duas principais estruturas políticas de Minas: a prefeitura de Belo Horizonte e o governo do estado. A direção nacional do PT adotou uma posição ambígua em relação ao acordo durante a fase de negociações. Pronunciou-se sempre contra a aproximação com o PSDB e Aécio Neves mas aprovou uma resolução que vetava apenas o acordo formal. Com isso, abriu espaço para o apoio não formalizado do governador. Até agora, apesar das queixas de uma ala do partido, oficialmente ignora a posição de frente assumida por Aécio na campanha. Em grande parte porque o acordo teve o aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nada deve mudar nas próximas semanas. Por mais que as negociações com o PSDB incomodem muitos petistas, a maior parte da direção considera um preço muito alto assumir a briga caso Márcio Lacerda vença a disputa pela prefeitura de Belo Horizonte. Lançamento de programa O candidato à prefeitura de Belo Horizonte pela coligação Aliança por BH, Márcio Lacerda (PSB), lança hoje programa de governo que será implantado no município caso vença as eleições de outubro. O bloco de propostas foi divido em 12 áreas definidas como ;aliança para a saúde;, ;aliança para a educação; e ;aliança para a mobilidade;, por exemplo. Para cada setor foi feito um diagnóstico, um histórico, seguidos de projetos que o candidato pretende implantar. Na saúde, por exemplo, uma das propostas é construir, em parceria com o governo do estado, um hospital com 300 leitos ; 50 para cirurgias e 250 para internações de alta complexidade ; com o objetivo de atender pacientes da capital e da Grande Belo Horizonte. O local da cidade onde o hospital será construído ainda não foi definido. Na educação, uma das metas é construir 100 creches e escolas infantis com capacidade para atender 44 mil crianças com idade entre quatro meses e cinco anos e oito meses. Já na área da sexgurança, o programa prevê ampliação das câmeras principalmente em regiões comerciais. (Leonardo Augusto, do Estado de Minas)

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