postado em 18/09/2008 18:13
A CPI das Escutas Clandestinas da Câmara vai pedir nova perícia nos equipamentos comprados para a Abin (Agência Brasileira de Inteligência) em conjunto com o Exército, que segundo laudo da Polícia Federal não têm capacidade de realizar escutas telefônicas. A comissão vai solicitar uma análise técnica independente do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações da Unicamp.
"A CPI é um órgão independente e isento, um órgão do Congresso Nacional que está fazendo a verificação dessa questão da interceptação telefônica no país. Então a melhor maneira de fazer a averiguação disso tudo é através da perícia da própria comissão parlamentar de inquérito", informou o presidente da CPI, deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ) O parlamentar disse que só poderia isentar a Abin no episódio da escuta ilegal no telefone do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, após a conclusão de todas as análises técnicas nos equipamentos da agência. A CPI também vai aguardar a conclusão da perícia iniciada pelo Exército nos equipamentos comprados pela Abin. "Vou solicitar que seja também encaminhado esse laudo para que a gente possa comparar esses dois laudos, para que os técnicos da CPI possam fazer uma comparação entre esses dois laudos e os equipamentos [da Abin]", afirmou Itagiba.
O objetivo do presidente da CPI é pedir que os técnicos da comissão analisem os laudos da PF, do Exército e da própria comissão sobre a capacidade dos equipamentos realizarem escutas. Laudo da Polícia Federal encaminhado nesta quinta-feira à CPI afirma que as maletas da Abin não têm capacidade de realizar grampos telefônicos, mas podem fazer escutas ambientais.
O laudo aponta que a Abin não tem equipamentos para realizar grampos em telefones celulares. Por isso, a conversa entre o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) e o presidente do STF não poderia ter sido gravada pelo equipamento da agência uma vez que Mendes usou seu celular na conversa com o parlamentar.