postado em 19/09/2008 10:50
Afastado da direção-executiva da Polícia Federal por suspeitas de favorecimento a um irmão, o delegado Romero Menezes teve seus telefones grampeados pela própria polícia, em investigação iniciada após a Operação Toque de Midas. O diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa, sabia que Menezes, seu braço direito, era alvo de gravações.
Nas conversas captadas, Menezes pedia para o superintendente da PF no Amapá, Anderson Rui Fontel, decidir se seu irmão, José Gomes Menezes Júnior, poderia tirar um certificado de instrutor de tiro.
Menezes Júnior é um dos principais executivos da empresa Serv San, que presta serviços para a MMX no Amapá -a empresa de Eike Batista que está sendo investigada na Operação Toque de Midas.
A interlocutores, o diretor-executivo afastado da PF afirmou que ligou para Fontel, mas apenas para solicitar uma definição sobre o pedido do irmão. Segundo ele, a resposta, que viria em aproximadamente uma semana, estava demorando havia 40 dias.
"Você tem que mostrar competência para, pelo menos, dizer não", disse Menezes a Fontel. "Vou responder negativamente e relatar que fui pressionado pelo diretor-executivo", retrucou Fontel.
Por trás desta discussão, está um choque entre o diretor-geral Corrêa e seu antecessor, Paulo Lacerda. Fontel foi indicado por Lacerda, enquanto Menezes era homem de confiança de Corrêa.