Politica

PF vai investigar ligação de n° 2 com vazamento de informações de operação

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postado em 19/09/2008 17:57
A Corregedoria da Polícia Federal instaurou processo administrativo disciplinar para apurar o envolvimento do delegado Romero Menezes, diretor-executivo afastado da instituição, acusado de vazar informações da Operação Toque de Midas, deflagrada pela PF, para favorecer seu irmão. Apesar do processo administrativo, as investigações sobre fraudes em processos de licitação na concessão de estrada de ferro no Amapá, alvo da operação da PF, vão continuar sob comando da Superintendência Regional da Polícia Federal no Estado. Em nota, a PF afirma que a corregedoria vai "conduzir o inquérito policial instaurado na superintendência regional sobre indícios de irregularidades e infrações" cometidas pelo delegado. Enquanto a Corregedoria vai analisar o envolvimento de Menezes nas fraudes, a Superintendência do Amapá vai concluir as investigações sobre as irregularidades descobertas na operação. Menezes, o número dois na hierarquia da PF, chegou a ser preso pela prática de advocacia administrativa e suspeita de vazamento de informações. Integrantes da corporação ficaram irritados com a prisão do delegado, decretada pelo Ministério Público do Amapá. O ministro Tarso Genro (Justiça) classificou a prisão de "desnecessária" por considerar que a presença de Menezes no cargo não comprometeria as investigações da Operação Toque de Midas. Grampos Foi afirmado que Menezes teve seus telefones grampeados pela própria polícia, em investigação iniciada após a operação. O diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa, sabia que Menezes, seu braço direito, era alvo de gravações. Nas conversas captadas, Menezes pedia para o superintendente da PF no Amapá, Anderson Rui Fontel, decidir se seu irmão, José Gomes Menezes Júnior, poderia tirar um certificado de instrutor de tiro. Menezes Júnior é um dos principais executivos da empresa Serv San, que presta serviços para a MMX no Amapá --a empresa de Eike Batista que está sendo investigada na Operação Toque de Midas. A interlocutores, o diretor-executivo afastado da PF afirmou que ligou para Fontel, mas apenas para solicitar uma definição sobre o pedido do irmão. Segundo ele, a resposta, que viria em aproximadamente uma semana, estava demorando havia 40 dias. Por trás desta discussão, está um choque entre o diretor-geral Corrêa e seu antecessor, Paulo Lacerda. Fontel foi indicado por Lacerda, enquanto Menezes era homem de confiança de Corrêa.

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