Politica

Sem TV aberta, ABC dá prioridade para campanha eleitoral de rua

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postado em 21/09/2008 15:29
No Grande ABC, em São Paulo, a campanha eleitoral de rua - com corpo-a-corpo de candidatos, um bom time de cabos eleitorais, pagos ou não, carros de som, comícios, líderes de bairro e candidatos a vereador - tem um valor estratégico para os aspirantes a um cargo público, pois a região não tem ainda uma emissora aberta de televisão que atinja a todos os eleitores. Em segundo plano, rádio e jornal têm uma função fundamental de meios de comunicação de massa. Mas não são tão decisivos como o contato direto com o eleitor. De acordo com o professor e mestre em comunicação política Kleber Carrilho, da Universidade Metodista de São Paulo, em São Bernardo do Campo, a falta de uma TV faz com que a campanha no ABC tenha "uma cara" das de "cidade do interior". Por isso, afirma, a comunicação sem intermediários do candidato com o eleitor e as caminhadas têm uma influência muito grande. "É um paradoxo, pois, se pegarmos o Estado de São Paulo, muitas cidades médias são menores que algumas do ABC, uma região altamente industrializada, só que têm TVs próprias", afirma. Segundo Carrilho, as emissoras de rádio não têm uma atuação importante nas eleições porque, como meio de comunicação, são secundárias. A questão é que muitas rádios da capital paulista são sintonizadas na região e disputam a audiência com as estações locais, que, por causa disso, fica fragmentada. "A referência do consumidor do ABC ainda é São Paulo, de onde tem uma dependência muito grande." O cientista político Nilton César Tristão, sócio-proprietário do Instituto Opinião, concorda com o professor da Universidade Metodista quando o assunto é tática de comunicação eleitoral na região. Para Tristão, sem um meio de comunicação de massa como a TV aberta e sem publicidade eleitoral gratuita, fazer campanha de rua numa cidade com cerca de 700 mil habitantes, como Santo André, é "uma tarefa e tanto". "Como os instrumentos são limitados pela Lei Eleitoral e o ambiente é muito grande, é muito difícil atingir todo mundo. Chega um momento da campanha que uma parcela da sociedade não foi atingida", diz. Com isso, diz o cientista político, quando está próximo do dia da eleição, o eleitor do Grande ABC começa a ter um comportamento mais ativo, indo atrás do candidato. "Ele começa a buscar informação sozinho", declara.

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