postado em 22/09/2008 09:27
Cansado de esperar que os senadores que empregam parentes obedeçam à súmula do Supremo Tribunal Federal (STF) que proíbe o nepotismo, o presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), vai partir para a tática do constrangimento. Ele enviará esta semana cópia da súmula a cada um dos senadores para que os ;desavisados; se inteirem e se enquadrem nas determinações impostas pelo Supremo há quase um mês.
Há hoje quatro senadores que continuam engordando a renda familiar empregando familiares. Com a mulher, uma filha e um sobrinho contratados pelo Senado, Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) se vale de argumentos de interesses pessoais ; como o de que sempre trabalhou com sua mulher ; para não desocupar as três vagas.
A iniciativa de Garibaldi contrasta com a posição inicial, quando esperava que o ;bom senso; que o levou a exonerar um sobrinho que trabalhava em seu gabinete atingisse os demais parlamentares. ;Eu esperava que não houvesse necessidade (de agir), fiz de tudo;, disse hoje. ;Mas estou chegando à conclusão de que é preciso (impor a súmula) para que o Senado se resguarde;.
Também as duas filhas da secretária-geral, Cláudia Lyra, continuam no Senado, uma na liderança do PMDB e a outra numa comissão. O senador Almeida Lima (PMDB-SE) tem afirmado que só vai exonerar dois sobrinhos se for oficialmente obrigado pelo Senado. No entanto, a simples edição da súmula pelo STF já obrigava os senadores a agir.
Outro que tenta moldar seus interesses à súmula é Efraim Morais (DEM-PB), padrinho de 23 parentes e de parentes de amigos políticos que foram contratados em cargos a ele subordinados. Morais demitiu uma filha, cinco sobrinhos e um cunhado, mas mantém contratado um sobrinho por afinidade, marido de uma sobrinha.