postado em 22/09/2008 15:35
A propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão continua sendo palco para que os candidatos que disputam a segunda colocação nas pesquisas de intenção de voto, Geraldo Alckmin (PSDB) e Gilberto Kassab (DEM), se ataquem e respondam às acusações um do outro. Já a candidata do PT, Marta Suplicy, falou no programa de hoje sobre saúde e investimentos no Metrô.
Em resposta às acusações de Alckmin, segundo as quais o então candidato à Prefeitura de São Paulo em 2004, o atual governador José Serra (PSDB), não queria Gilberto Kassab como vice em sua chapa, o atual prefeito e candidato à reeleição mostrou hoje imagens da campanha em que Alckmin aparece apoiando e aplaudindo a chapa que venceu as eleições. O locutor afirma que "foi uma chapa aclamada por líderes dos dois partidos".
A campanha volta a destacar a parceria de Kassab, da coligação "São Paulo no Rumo Certo" (DEM-PR-PMDB-PRP-PV-PSC), com o governo do Estado e com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e mostra imagens do anúncio de obras para urbanização da favela Heliópolis, na zona sul, em que a candidata petista, Marta Suplicy, também aparece no palco. Em seu discurso, Lula cita a importância da parceria nas três instâncias de governo.
"São Paulo é grande demais para ser governada por um só partido. O prefeito tem que unir pessoas, ter independência, não pode ser refém de um partido ou de um grupo político", afirmou Kassab, numa resposta à ala do PSDB que apoiou o lançamento da candidatura de Alckmin. Ele disse que em sua gestão há pessoas competentes de diversos partidos.
O candidato da coligação "São Paulo, na Melhor Direção" (PSDB-PTB-PHS-PSL-PSDC), Geraldo Alckmin, não deixou por menos. Ele afirmou que sua inspiração política é o ex-governador Mário Covas e que já apresentou suas propostas para a cidade. "Sei perfeitamente que você não quer nenhum salvador da pátria, alguém que chegue aqui, mostre uma propaganda bonita e aponte solução para tudo", disse Alckmin, que possui um dos menores tempos de propaganda eleitoral gratuita.
Acertos e erros
"O bom prefeito é aquele que deixa vaidade de lado e que dá continuidade às coisas que deram certo em outras administrações e corrige o rumo do que não vem funcionando direito", afirmou, para em seguida, admitir acertos e lembrar erros de Marta e Kassab como prefeitos. "Marta fez os CEUs, isso foi bom, mas ela deixou a saúde de lado. Kassab também tem pontos positivos, como o Cidade Limpa, mas ele ficou devendo muito na questão da saúde e da educação", disse.
"Você que precisa de atendimento sabe que deixa muito a desejar" afirmou Alckmin, sobre as Assistência Médica Ambulatorial (AMAs). "Modéstia à parte fui um bom governador da saúde e nos próximos quatro anos quero ser reconhecido como um bom prefeito da saúde.
A campanha da candidata da coligação "Uma Nova Atitude para São Paulo" (PT-PCdoB-PDT-PTN-PRB-PSB), Marta Suplicy, repetiu a história do menino que fez o parto de sua mãe porque não conseguiu atendimento médico pela Prefeitura. "Não vou aproveitar essa história para fazer drama da saúde", disse Marta. "Essa história mostra a força e a capacidade do nosso povo", afirmou.
Marta disse que a expansão do Metrô será feita em parceria com o presidente Lula. "Será o metrô da periferia, para quem sempre foi esquecido", disse. A candidata afirmou que o Metrô chegará aos bairros de Cachoeirinha, Freguesia do Ó, Sapopemba, Vila Maria e M'Boi Mirim. "Não me interessa voltar a ser prefeita para fazer um governo menor, quero voltar para fazer mais."
Direito de resposta
O PCO teve seu espaço no horário eleitoral de televisão destinado ao direito de resposta de Kassab. O Tribunal Regional Estadual de São Paulo (TRE-SP) concedeu dois minutos ao prefeito após a candidata Anaí Caproni afirmar em propaganda que "os sucessivos prefeitos destruíram o transporte público para favorecer os altos lucros da máfia das empresas privadas". De acordo com o TRE-SP, a propaganda atribuiu ao prefeito Kassab prática de conduta ilícita.
A candidata à vice-prefeita pela chapa de Paulo Maluf (PP), Aline Corrêa, abriu o programa eleitoral do candidato dizendo que é nordestina e convocando seus conterrâneos a votarem em Maluf. Em seguida, o próprio candidato fez um apelo para que os eleitores o coloquem no segundo turno das eleições, quando, segundo ele, os dois adversários terão o mesmo tempo no programa eleitoral, o que permitirá a ele mostrar suas propostas.
Edmilson Costa (PCB) destinou seu tempo no programa eleitoral de hoje para defender a nacionalização do petróleo, enquanto Renato Reichmann (PMN), Ciro Moura - "Tostão contra o Milhão" (PTC-PTdoB) - e Levy Fidelix (PRTB) falaram sobre transportes. Soninha (PPS) chamou atenção para a necessidade de fortalecer os conselhos de pais e mestres das escolas. Já o candidato da coligação "Alternativa de Esquerda para São Paulo" (PSOL-PSTU), Ivan Valente, apontou a especulação imobiliária como responsável pela desigualdade entre regiões da capital paulista.