postado em 23/09/2008 09:34
A representação pública apresentada contra o deputado distrital Júnior Brunelli (DEM) em função da viagem que o parlamentar fez à custa da Câmara Legislativa para participar de um congresso evangélico nos Estados Unidos foi arquivada. A decisão foi tomada por quatro dos cinco integrantes da Mesa Diretora e está publicada no diário da Casa. O motivo oficial alegado para o arquivamento do processo é a ;perda de objeto;, já que Brunelli se antecipou e devolveu o valor das diárias e passagens que havia utilizado em agosto, quando esteve em Washington.
O autor do pedido de abertura de uma ação administrativa contra Brunelli é o enfermeiro Ivan Rodrigues da Rocha. Ao tomar conhecimento de que o distrital usou recursos públicos para participar dos eventos religiosos, o morador da Asa Sul decidiu reagir ao que classificou como um ;absurdo;.
A atitude de Ivan gerou um fato político na Câmara e expôs a Mesa Diretora a uma situação delicada. Os distritais tiveram de se posicionar sobre a atitude de Brunelli, apesar de terem sido eles mesmos os responsáveis pela autorização, que permitiu a viagem do distrital.
Nesse caso, a direção da Casa teria dois caminhos a seguir: dar prosseguimento à representação pública e abrir um processo por quebra de decoro parlamentar ou arquivar o pedido, como acabaram fazendo. A devolução do dinheiro por Brunelli, anunciada no mesmo dia em que o documento contra o distrital foi protocolado na Câmara, contribuiu para a decisão dos parlamentares. Eles preferiram evitar o desgaste, apesar de terem reprovado a atitude do colega.
Devolução
Três dias depois de Brunelli ter usado a tribuna da Câmara para se defender das acusações no episódio da viagem ; ocasião em que classificou o fato como ;tempestade em copo d;água; ;, o distrital entregou à presidência da Casa os comprovantes bancários do depósito no qual devolveu à instituição R$ 18 mil referentes aos gastos no exterior.
Durante os dias 7 e 16 de agosto, como revelou o Correio na edição do dia 26 de agosto, o parlamentar participou de dois eventos na capital americana organizados por líderes da Igreja evangélica, da qual ele é um seguidor.
Ao ser convidado para viajar aos Estados Unidos, Brunelli conseguiu autorização da Câmara para ir em missão oficial, o que deu a ele o direito de ter as despesas pagas pela instituição.
Só que assim como as outras autoridades que foram chamadas, o distrital poderia ter ido com tudo pago pela organização dos eventos. Isso ocorreu, por exemplo, nos casos dos deputados federais João Campos e Bispo Manoel Ferreira. No caso do distrital, ele preferiu indicar o pai, o pastor Doriel de Oliveira, que não estava na lista a princípio, e viajou por conta da Câmara.