Politica

A nova crise tucana

PSDB agora ameaça expulsar dois caciques que um dia defenderam Kassab, apontado como responsável pela desunião na campanha

postado em 23/09/2008 09:38
São Paulo ; A menos de duas semanas do primeiro turno das eleições, ninguém mais se entende no PSDB paulistano. O partido enfrenta, agora, em praça pública, novo capítulo na batalha interna entre apoiadores da candidatura do ex-governador Geraldo Alckmin à prefeitura da capital e defensores da tentativa de reeleição do atual prefeito, o democrata Gilberto Kassab. Depois de um fim de semana marcado por divergências em torno do tom da campanha de Alckmin, o Diretório Municipal do PSDB anunciou medidas que podem levar à expulsão de seus quadros o ex-ministro da Casa Civil e do Desenvolvimento no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Clóvis Carvalho. Ele terá sua conduta submetida à Comissão de Ética do partido em razão de declarações dadas à imprensa nas quais acusa Alckmin de, ao supostamente forçar sua candidatura, causar a desunião partidária vivenciada ao longo da campanha. Já o deputado estadual tucano Pedro Tobias encaminhou à Executiva Nacional um pedido de expulsão do deputado federal Walter Feldman, rotulado como o líder dos defensores da candidatura de Kassab. Atualmente, Carvalho é secretário de Governo na gestão Kassab e Feldman ocupa a pasta de Esportes. Os novos desentendimentos foram motivados por um comercial da campanha de Alckmin, que adotou estratégia mais agressiva nos últimos 10 dias. Na peça, é resgatada a trajetória de Kassab, que foi secretário de Planejamento do ex-prefeito Celso Pitta (1997-2000). ;Em 1996, Kassab apoiou Pitta, candidato de Maluf. O partido dele (então PFL) e ele estavam no governo Mário Covas no estado e foram apoiar Pitta. Então Covas demitiu todos os secretários do antigo PFL. Mostramos isso;, conta o deputado Edson Aparecido, coordenador da campanha de Alckmin. O comercial desagradou a setores do PSDB, que pensam nos efeitos políticos a médio prazo. Para o deputado Aparecido, o mais importante a registrar é outra coisa. ;Na principal capital do país, temos um candidato a prefeito que durante 90 dias fez campanha única e exclusivamente para dividir o partido que o colocou onde ele está hoje;, disse Aparecido. Aparecido disse ainda que Alckmin ficou aborrecido com o episódio, mas segue ;rumo ao segundo turno;. Para o deputado, a queda-de-braço não afetará a retomada da aliança do PSDB com o DEM no segundo turno, quando, ao menos por enquanto, as siglas prometem estar juntas na tentativa de derrotar a líder nas pesquisas, a candidata Marta Suplicy (PT).

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