Politica

Ex-primeiras-damas dominam eleição em cidade baiana

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postado em 23/09/2008 13:57
Quem vê o ex-prefeito Joaquim de Fidellis (PDT) em pleno período eleitoral batendo de porta em porta em Caraíbas (BA) pode imaginá-lo em campanha para retornar ao cargo ocupado entre 1989 e 1992. Num caderninho, ele contabiliza 780 residências visitadas. Mas não. O corpo-a-corpo dele e de outros dois ex-prefeitos tem outro motivo: a candidatura de suas mulheres à prefeitura, em uma inusual disputa em que todas as candidatas são ex-primeiras-damas. Além da presença dos maridos como cabos eleitorais de luxo, chama a atenção em Caraíbas o fato de que todas as três concorrentes se confessam inexperientes e até surpresas com a experiência. "Eu não estava esperando ser candidata. A previsão era ser meu esposo. Foi de última hora, e eu topei", afirma Luzia Coelho (PC do B), 53, mulher de Antonio Lima, prefeito entre 1993 a 1996. Helena dos Santos (PT), 55, e Norma Coelho (PTB), 52, são as adversárias de Luzia. Elas não se consideram amigas nem inimigas. "Quando a gente se vê, a gente se cumprimenta. Não tem baixo nível na campanha", diz Helena, mulher de Fidellis, o do caderninho, primeiro prefeito após Caraíbas ter se desmembrado de Tremedal. Norma é a que se apresenta como a mais experiente. Nas duas gestões do marido, Lourival Dias (1997-2004), foi secretária de Educação e de Saúde e criou a secretaria de Assistência Social. Mesmo assim, considera-se alheia à política. "Eu não sabia nada de política e não entendo nada até hoje. Mas eu tinha esse sonho [de ser candidata]", diz a ex-primeira-dama. Cordialidade e inexperiência à parte, a campanha também tem alfinetadas. Helena (PT) e Luzia (PC do B) atacam a saúde, em que a adversária atuou enquanto primeira-dama e também na atual gestão, do prefeito Orlando Barbosa (PR). "A gente escuta muita reclamação na saúde. Nem hospital a gente tem", diz a petista. "A situação é precária", afirma a comunista. Questionada sobre as suas prioridades, se for eleita, Norma diz: "Temos que gerar emprego e renda na cidade. Outra coisa é o drama da falta de água no meio dessa caatinga. Temos de construir mais barragens".

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