postado em 23/09/2008 17:34
A deputada federal Marina Maggessi (PPS) depôs nesta terça-feira (23/09) na CPI das Milícias da Assembléia Legislativa do Rio. Ela foi chamada para explicar sua presença na Favela Rio das Pedras, em Jacarepaguá, reduto de uma milícia, durante sua campanha eleitoral. A parlamentar confirmou que esteve na comunidade assim como outros policiais e candidatos por 15 minutos numa festa do inspetor Félix Tostes, que era suspeito de chefiar o grupo paramilitar na região e foi assassinado pouco depois.
Ainda durante o depoimento, Marina disse que está sendo pressionada por um grpo de policiais federais por conta da sua atuação na CPI dos Grampos. Ela também falou sobre sua preocupação com a influência que o MST pode ter sobre traficantes da Rocinha no período eleitoral, baseada na presença de José Rainha, ex-líder do Movimento, e outros integrantes do grupo na favela durante a posse do presidente da Associação de Moradores.
Apesar de ter coordenado o serviço de inteligência da Polícia Civil durante um período do governo passado, Marina disse que nunca investigou as milícias. O presidente da CPI das Milícias, deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL), considera que isso reforça a tese de que os governos anteriores nunca tiveram como prioridade o enfrentamento das milícias. Ele espera que o deputado federal Marcelo Itagiba (PMDB), que foi secretário de Segurança Pública no governo passado, aceite o convite já feito para depor na CPI.
Hoje também prestaram depoimento na CPI o vereador Nadinho de Rio das Pedras (DEM), que mais uma vez negou sua ligação com a milícia naquela comunidade, e dois vereadores de Duque de Caxias.
A Polícia Federal não vai se pronunciar sobre as declarações de Marina. O MST também divulgou nota negando qualquer tipo de envolvimento com o crime organizado.