Politica

Félix adia depoimento à CPI das Escutas para analisar laudos sobre maletas

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postado em 23/09/2008 18:07
O ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Jorge Félix, adiou o depoimento que prestaria amanhã à CPI das Escutas Clandestinas da Câmara. Em ofício encaminhado à comissão, o ministro pediu maior prazo para depor porque deseja analisar os laudos elaborados pelo Exército e pela Polícia Federal em equipamentos da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) --que teriam capacidade de realizar escutas telefônicas. A comissão recebeu hoje o laudo do Exército nos equipamentos, mas mantém as informações em sigilo até que o presidente da CPI, deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), tenha acesso ao material. A expectativa é que o laudo aponte que os equipamentos tenham capacidade de realizar escutas telefônicas, ao contrário do indicado pela Polícia Federal em análise encaminhada à CPI na semana passada. O ministro Nelson Jobim (Defesa) reiterou diversas vezes que as maletas poderiam fazer escutas telefônicas, enquanto o ministro Jorge Félix nega que os equipamentos realizem grampos. A comissão vai ouvir amanhã, a partir das 10h, o depoimento de Francisco Ambrósio, agente aposentado do SNI (Serviço Nacional de Informação), suspeito de ser um dos responsáveis pelos grampos ilegais de conversa entre o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO). O agente aposentado trabalhou nas investigações da Polícia Federal na Operação Satiagraha a pedido do delegado Protógenes Queiroz. Em depoimento à Comissão de Controle das Atividades de Inteligência do Congresso, Ambrósio disse que foi convidado por Queiroz para colaborar na triagem de e-mails de interesse da investigação, mas negou que tenha atuado como homem de confiança do delegado. No depoimento, Ambrósio também disse não ter conhecimento para realizar grampos telefônicos contra o presidente do STF ou o senador Demóstenes. Aeronáutica A CPI também marcou para amanhã o depoimento do sargento da Aeronáutica Idalberto Matias de Araújo, apontado como responsável por indicar Ambrósio para as investigações da Operação Satiagraha. Em depoimento à comissão na última quarta-feira, Jobim confirmou que o sargento pertence aos quadros do Centro de Inteligência da Aeronáutica. O ministro disse que qualquer ligação de Idalberto com o delegado Protógenes na Operação Satiagraha, se ocorreu, foi por conta do próprio militar, sem autorização da Força Aérea Brasileira.

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