Politica

Debate de candidatos a prefeito do Rio vira "todos contra todos"

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postado em 24/09/2008 16:49
No primeiro debate com os principais candidatos à Prefeitura do Rio de Janeiro promovido pelo "Jornal do Brasil", Eduardo Paes (PMDB) e Marcelo Crivella (PRB) -- respectivamente líder e vice-líder nas pesquisas-- foram as principais "vidraças" dos ataques. Mas o enfrentamento verbal teve críticas para todos os lados, até o da imprensa. Logo no início, Solange Amaral (DEM) pediu direito de resposta --negado pelo mediador-- após crítica de Crivella ao sistema de aprovação automática implementado na rede municipal de ensino pelo prefeito Cesar Maia (DEM), aliado da candidata. Solange interrompeu o candidato, que respondeu: "Calma, Solange, deixa eu falar". Os dois voltaram a trocar farpas quando Solange citou um artigo em que Crivella pedia à população para se mobilizar contra o projeto de lei que torna crime a discriminação a homossexuais. Ele justificou dizendo que defendia apenas a liberdade de expressão. "A lei é uma excrescência. Tenho a concepção de que o homossexualismo não é o melhor caminho para o ser humano. Vai ter uma lei dizendo que eu tenho que concordar? Ninguém pode tirar o meu direito de dizer qual o melhor caminho para o meu filho", disse. Crivella e Solange se uniram nas críticas a Paes e ao governador Sérgio Cabral (PMDB). Crivella alertou para o suposto risco de concentração dos poderes, dizendo que "não é bom para a democracia" que o PMDB detenha o controle do governo do Estado, do município, da Assembléia Legislativa, do Tribunal de Justiça e dos tribunais de Conta." Solange criticou o abandono dos hospitais estaduais. "A Prefeitura não investe na atenção básica à saúde, o que faz os hospitais estarem como estão", reagiu o peemedebista, defendendo o governo Cabral. Solange foi afrontada pela pergunta da presidente da Federação de Associações de Moradores, Márcia Vera Vasconcelos, que reclamou que o prefeito que ela representa (Cesar Maia) "nunca discutiu com a sociedade". "É nossa obrigação nos relacionar com entidades da sociedade civil e assim tem sido feito pelo prefeito Cesar Maia", afirmou a candidata. Também houve polarização entre Jandira Feghali (PC do B) e Fernando Gabeira (PV), que estão tecnicamente empatados na última pesquisa Datafolha --respectivamente, terceiro e quarto colocados. Quando questionado sobre a ligação com os aliados Marcelo Alencar (PSDB), ex-governador, e Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, Gabeira reclamou de "malícia política" de Jandira. "Você pelo curso da campanha não está podendo ler os jornais e não viu o meu compromisso de não colocar partidos políticos na máquina administrativa", afirmou Gabeira, que evitou um tom mais agressivo no debate dizendo que precisará da ajuda de todos adversários para governar. Jandira e Chico Alencar (PSOL) criticaram Paes por ter trocado sete vezes de partido e por agora defender o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem fez oposição como deputado federal do PSDB. "Não é correto expressar apoio ao presidente quando vai bem e dizer quando vai mal que ele é chefe de quadrilha", disse Jandira. Sentado ao lado de Paes, Alencar estocou o adversário e Paes acabou ganhando direito de resposta. "Pessoas que há dois anos tinham denunciado a corrupção no governo Lula e manobras do Sérgio Cabral para abocanhar o poder --lembra, Eduardo?-- mudaram de posição", afirmou Alencar. "Não tenho problema com a minha história, principalmente o debate à corrupção. Isto me orgulha muito", disse o ex-tucano. Alencar entrou em atrito até com o "nanico" Vinícius Cordeiro (PT do B), que responsabilizou pela candidatura a vereadora de Carminha Jerominho (PT do B), presa por suposta ligação com uma milícia. "Não aceito a pecha de ser ligado a milícia. Gosto de você, Chico, apesar de o PSOL ter ganho dinheiro de empreiteira em Porto Alegre", afirmou Cordeiro, citando a doação da Gerdau à campanha da candidata a prefeita da capital gaúcha Luciana Genro (PSOL). Paulo Ramos (PDT), Crivella e Cordeiro acusaram a cobertura da imprensa de ser tendenciosa. Alessandro Molon (PT) adotou uma postura acima do confronto, mas não poupou a administração municipal de críticas. "É inevitável que a Prefeitura do Rio não tenha uma política séria para a juventude", disse. O debate do "Jornal do Brasil" havia sido suspenso ontem à noite por decisão do TRE-RJ (Tribunal Regional Eleitoral) do Rio de Janeiro em ação movida pelo candidato Vinícius Cordeiro. Mas o enfrentamento acabou sendo realizado depois que o jornal convidou Cordeiro e o candidato do PSC, Filipe Pereira.

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