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Crivella defende em debate o direito de ser homofóbico

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Em debate que reuniu dez dos 12 candidatos à prefeitura do Rio, o candidato do PRB, senador Marcelo Crivella, bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, criticou a lei que torna crime a homofobia - a aversão ao homossexualismo - e afirmou que "o homossexualismo não é o melhor caminho para o ser humano". Crivella reiterou a intenção de promover uma grande manifestação de rua contra a lei, se for aprovada no Senado e sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O projeto proíbe a discriminação contra homossexuais e já foi aprovado na Câmara. O debate, promovido pelo Jornal do Brasil, teve muitas cobranças e ataques dos adversários ao candidato do PMDB, Eduardo Paes, atual líder das pesquisas, e ao governador Sérgio Cabral, do mesmo partido. A candidata do DEM, Solange Amaral, se encarregou de defender o prefeito Cesar Maia. Crivella, segundo colocado nas pesquisas, foi obrigado a falar sobre a lei da homofobia - assunto que preferia evitar - para responder a uma pergunta de Solange Amaral. A candidata do DEM leu trecho de um artigo em que o senador do PRB propõe um recurso ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a lei, caso seja aprovada no Senado e sancionada pelo presidente. Também conclama a população a se unir contra a criminalização da homofobia. "O senhor quer ser prefeito e chamar a população para protestar contra uma lei aprovada. Quer dividir o Rio. Fiquei impressionada", disse Solange. "Pois continue impressionada", reagiu o senador. "A lei é uma excrescência. Fere o direito de liberdade de expressão. O direito de dizer que não concordo que o melhor caminho para meu filho seja o homossexualismo ninguém pode me tirar. Falo do homossexualismo, não do homossexual". Segundo Crivella, protestos de rua contra a lei seriam "um recurso da democracia". Crivella chamou atenção para o "risco da hegemonia do PMDB" no Rio, se Paes for eleito. Paes também foi atacado pelo fato de, em 2005, como deputado do PSDB, ter participado da CPI dos Correios e feito denúncias contra integrantes do governo Lula, de quem agora se diz aliado. "Há três anos se denunciava a corrupção do governo Lula, lembra, Eduardo?", provocou o candidato do PSOL, Chico Alencar. "Não tenho problema com minha história e meu passado de combate à corrupção e aos desvios", afirmou Paes. Mais ataques A candidata do PC do B, Jandira Feghali, cobrou explicações do candidato do PV, Fernando Gabeira, em coligação com o PSDB, sobre a privatização de hospitais feita durante a gestão do ex-governador tucano Marcello Alencar (1995 a 1998). "É difícil responder por pessoas que nos apóiam, tantos anos depois", respondeu Gabeira, que considerou a pergunta "uma pequena malícia política". Solange defendeu o prefeito Cesar Maia das críticas contra a construção da Cidade da Música, que já custou mais de R$ 500 milhões, e da aprovação automática nas escolas. Inicialmente, o debate teria a participação de oito candidatos. O concorrente do PT do B, Vinícius Cordeiro, no entanto, recorreu ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e obteve direito de participar, estendido também ao candidato do PSC, Felipe Pereira.