postado em 25/09/2008 09:04
Em Planaltina de Goiás, o nível de criminalidade é incompatível com o aparato da polícia para prevenir e solucionar os casos de violência na região. O resultado é a sensação de insegurança e o alto índice de criminalidade no local. Nos últimos cinco anos, 160 pessoas foram assassinadas no município do interior, que reúne 100 mil habitantes. De janeiro a agosto de 2008, há registros de 16 mortes do tipo.
Aos 39 anos, 17 deles vividos em Planaltina, Esciniura Vieira dos Santos não tem sossego nem dentro, nem fora de casa. Vítima da violência doméstica, a moradora do Entorno se sente desprotegida na cidade onde mora. ;Já apanhei várias vezes do meu ex-marido e sempre que acontece eu ligo para a polícia, mas não adianta. Eles nunca têm gente para resolver o meu problema;, diz a mulher que, apesar de divorciada, não consegue viver em paz.
A deficiência de estrutura é conhecida da população, comentada pelos candidatos a prefeito no município e confirmada por policiais que atuam na região. Atualmente 129 PMs integram o Batalhão da cidade goiana. É pouco para lidar com os problemas locais, além das ocorrências de outros sete distritos ; alguns a 800km de distância do centro ; que dependem do aparato de Planaltina. ;Temos uma realidade muito difícil, em que há um enorme número de ocorrências e pouca estrutura para contornar os problemas;, considera o subcomandante do quartel, Cristiano Oliveira Araújo de Faria.
Atribuição do Estado
Entre as necessidades apontadas pelos moradores de Planaltina e prometidas pelos concorrentes à prefeitura estão: aumentar a pequena frota de viaturas da polícia, pois só existem quatro carros da PM que fazem a ronda na cidade e mais dois da Polícia Civil; tirar o presídio da cidade de perto de onde funciona uma escola pública; pressionar o governo do Estado pela realização de concurso público e contratação de mais policiais militares. Nos últimos quatro anos, foram contratados apenas 15 policiais enquanto a população saltou de 70 mil para 100 mil moradores no mesmo período.
Nos municípios, a segurança é uma atribuição do estado, que precisa destinar recursos e pessoal para compor o aparato policial. Mesmo assim, os próprios políticos citaram meios para fazer uma parceria com o governo e melhorar a segurança na cidade.
O eleitor Esciniura Vieira dos Santos, 39 anos, pergunta aos candidatos: "O que o senhor pretende fazer para melhorar as condições de segurança?"
Abimael (PSol)
Pretendo trabalhar em parceria com o governo do estado, no sentido de prover a estrutura que eles não podem suprir. Dessa forma, vou criar uma guarda municipal para estar presente nas regiões mais vulneráveis da cidade. Também vou investir na colocação de um circuito de câmeras no centro da cidade e deslocar o batalhão para as áreas mais violentas.
Dinha (PSDB)
A segurança é um problema de competência do estado e não do município. O que podemos fazer é trabalhar em parceria, como tenho feito nos últimos quatro anos. Nesse sentido, vou buscar, por meio de uma intensa negociação com o governo do estado, aumentar o número de policiais militares e de policiais civis
Dr. Davi (DEM)
Uma das minhas prioridades é a criação de uma delegacia da mulher. A outra é atacar o problema da violência pela raiz, a partir de um intenso trabalho na área social. Vou construir quadras de esporte, investir em cultura, desenvolvimento humano e educação. Acredito que essa seja a única forma de diminuir a criminalidade. Também vou trazer a idéia dos postos policiais, que existem em Brasília.
Dr. Dirceu (PR)
Pretendo trabalhar para aumentar o número do efetivo de policiais. Darei também o apoio estrutural e logístico para relançar o programa de segurança nas escolas e no presídio. Esse projeto prevê a participação de homens da polícia militar nas portas das instituições de ensino fora do expediente normal e incluídos na folha de pagamento. Também vou investir na construção de um presídio regional.
Vilmar Popular (PPS)
Vou trazer a delegacia de flagrantes para Planaltina e cobrar mais viaturas de polícia do estado. Pretendo lutar para aumentar o efetivo de PMs para, no mínimo, 270 homens. Também quero criar a guarda municipal, que será provida com recursos da prefeitura. Vou lançar a cavalaria montada para atuar em lugares de difícil acesso.
Zé Neto (PSC)
Vou procurar o governador e o secretário de Segurança do estado para cobrar o aumento do número de policiais militares e civis em pelo menos 50. Também quero investir em segurança preventiva, colocando um sistema de câmeras de filmagem espalhadas no centro da cidade, no estilo Big Brother. Outro projeto é a criação de uma guarda municipal.