postado em 28/09/2008 22:50
São Paulo ; Os candidatos Geraldo Alckmin (PSDB) e Gilberto Kassab (DEM) mostraram todas as garras um contra o outro na noite deste domingo (28/09), durante o debate promovido pela Rede Record entre os principais concorrentes à prefeitura da capital paulista. Na briga para chegar ao segundo turno e disputar a vitória com a ex-ministra do Turismo, Marta Suplicy (PT), líder nas pesquisas de intenção de voto, os dois praticamente polarizaram as discussões durante o encontro, que começou às 20h30. Kassab, atual prefeito e candidato à reeleição, falou sobre realizações de sua gestão à frente da prefeitura, questionou números apresentados pelos adversários e atacou a petista Marta, antes de centrar fogo no discurso de seu maior adversário da hora, o ex-governador Alckmin. Em alguns momentos, no entanto, demonstrou nervosismo e quase chegou a gaguejar ao ser surpreendido por uma por uma jornalista da emissora, que o questionou a respeito de seus posicionamentos políticos.
Ao ouvir a pergunta "o senhor muda de lado a todo momento", o atual prefeito paulistano demonstrou surpresa. O questionamento fazia referência principal ao fato de que Kassab foi secretário de Planejamento durante a gestão de Celso Pitta na prefeitura da capital paulista (1996-2000), período em que a cidade enfrentou muitas denúncias de corrupção.
Depois de demonstrar surpresa, Kassab respondeu ser leal à cidade e às expectativas de seus eleitores. Em seguida, completou: "Coerência é algo que sempre tive na vida pública". O candidato disse ainda ter "certeza absoluta" de que os paulistanos sabem disso e vão saber observar e comparar sua gestão com as realizadas por outros candidatos que já ocuparam o mesmo cargo em São Paulo.
Na platéia do encontro, a tensão entre parlamentares e integrantes do PSDB era evidente. De um lado, apoiadores da candidatura à reeleição do prefeito Kassab, que, na prática, tem o apoio velado do governador José Serra. De outro, o grupo alckmista, na torcida para que o ex-governador tivesse desempenho favorável a ponto de virar o jogo na reta final da campanha e garantir a ida para o segundo turno.
Alckmin mantém equilíbrio diante de provocacões
Sem descaracterizar seu estilo pessoal, Alckmin manteve postura firme e aparentava bastante segurança e equilíbrio diante das provocações mais evidentes. Ele também atacou Marta, ao tentar criticar, a exemplo de oportunidades anteriores, as taxas criadas pela petista quando ocupou o cargo de prefeita da cidade entre 2001-2004. No entanto, seu alvo preferencial foi mesmo Kassab.
De cara, Alckmin enfatizou ao telespectador que o candidato do PSDB é ele e não Kassab, na realidade representante do DEM, antigo PFL. Ao tentar desqualificar o adversário por este viés, no entanto, o tucano teve de ouvir o revide do democrata. "Este não era o discurso do candidato Alckmin há duas semanas", começou o candidato-prefeito. Segundo Kassab, o ex-governador tucano tentou compor chapa com ele meses atrás e teria chegado a propor que Kassab disputasse o cargo de governador em 2010. Quando teve oportunidade, Alckmin negou: "Como alguém do PSDB poderia convidar alguém do DEM para ser candidato a governador?", questionou.
Uma jornalista da emissora quis saber se Alckmin, caso derrotado, apoiará Kassab. Sem se abater, o candidato tucano disse estar confiante de que irá ao segundo turno. E reafirmou o que disse ao longo da semana: "segundo turno é uma outra eleição", disse o tucano, sinalizando que, certamente, e até por orientação partidária, PSDB e DEM devem retomar a aliança rompida em primeiro turno para, no segundo, tentar derrotar o PT de Marta Suplicy.
Neste final de semana, a cúpula do PSDB já decidiu que, em qualquer cenário, com Alckmin ou com Kassab, a ordem será derrotar os petistas em segundo turno na maior capital do país.