Politica

Florianópolis vive batalha de "forasteiros" e "nativos"

Debate sobre quem veio de onde agita a corrida na capital catarinense. Se conseguir a reeleição, prefeito pode completar 16 anos no poder

postado em 29/09/2008 08:00
Um embate entre um ;forasteiro; e um ;nativo; está chacoalhando a campanha à Prefeitura de Florianópolis (SC). Apimenta ainda mais a disputa a presença de um veterano nas urnas. Na capital catarinense, medem forças o prefeito Dário Berger (PMDB), que tenta a reeleição, e o deputado estadual César Souza Júnior (DEM), o mais novo entre os candidatos, com apenas 29 anos. A presença do ex-governador de Santa Catarina e ex-prefeito de Florianópolis Esperidião Amin (PP) completa o cenário. Pesquisas apontam que Amin e César Júnior brigam por um lugar no segundo turno contra o prefeito. Ao todo, sete candidatos almejam a prefeitura.

Ex-prefeito de São José (a 6,5 km de Florianópolis) por duas vezes consecutivas, Berger quer repetir a dobradinha em Florianópolis e permanecer por 16 anos no poder. César Júnior tenta pela primeira vez se eleger prefeito e acusa a família Berger de querer tomar conta da política local ; o irmão de Dário, o deputado federal Djalma Berger (PSB), é candidato a prefeito em São José. Ele já atuou na administração do irmão nas duas cidades. Dário e Djalma nasceram em São José.

A discussão foi parar na Justiça. Depois de um comentário no blog de César Júnior fazer menção a ;forasteiros;, o que seria uma referência a Berger, o prefeito disse, na propaganda eleitoral, que o oponente não gostava de quem vem de fora. O democrata ganhou direito de resposta em primeira instância, mas a sentença foi reformada. Agora, ele recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). ;Essa triangulação entre prefeituras tem gerado uma repercussão negativa. E esse é um dos temas do debate: uma família querer dominar as duas principais cidades da Grande Florianópolis e até que ponto um prefeito ir migrando de uma cidade para outra pode ser legítimo e ético;, atacou César Júnior.

Berger reagiu: ;As pessoas são responsáveis pelo que falam ou escrevem, mas esse assunto está superado. A dominação aqui em Florianópolis vem desde as capitanias hereditárias e passa pelas oligarquias de que César Júnior faz parte. Agora ele está esperneando;, declarou.

Cenário
Alheio à briga, o veterano Esperidião Amin, no entanto, não perdeu tempo na hora de atacar o prefeito. E lembrou que ele responde a ações na Justiça. Berger foi incluído na chamada ;lista suja; da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) a menos de três semanas do primeiro turno das eleições municipais. Segundo a entidade, Berger responde a cinco ações por improbidade administrativa. Na época, o advogado de Berger, Rogério Olsen da Veiga, disse que a inclusão do nome do prefeito era um fato "estranho e lamentável". ;Divirjo é dos métodos morais estabelecidos em Florianópolis. Nunca a cidade foi tão vilipendiada no noticiário. Ninguém pode ser pior do que aquilo que estamos enfrentando;, criticou o candidato do PP.

Amin tenta ressurgir no cenário político local em seu berço político. Ele veio de duas derrotas consecutivas para o governador Luiz Henrique da Silveira (PMDB), que apóia Berger. ;Toda a carreira dele foi construída em função de Florianópolis. É natural que ele, estando disponível, tenha abraçado essa candidatura;, comentou o coordenador da campanha, Francisco Assis Filho.

Ficha técnica

Florianópolis

População

396.723 habitantes

Orçamento
R$ 963 milhões

Eleitores
301.967

Candidatos
7

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