Politica

Caciques perdem força na disputa por prefeitura de Manaus

Na disputa pela capital do Pará, o peemedebista Jader Barbalho e a petista Ana Júlia não conseguem emplacar aliados na prefeitura

postado em 30/09/2008 08:56

Até o momento, as eleições para prefeito em Belém, capital do Pará, têm mostrado um curioso fenômeno político. Os candidatos dos partidos das duas principais lideranças políticas do estado, o ex-senador e deputado Jader Barbalho (PMDB) e a governadora Ana Júlia Carepa (PT), não conseguiram se destacar na corrida eleitoral. As últimas pesquisas eleitorais divulgadas apontam para um eventual segundo turno entre o atual prefeito e candidato à reeleição, Duciomar Costa (PTB), e a ex-vice governadora Valéria Pires Franco (DEM).

Pesquisa Ibope divulgada no sábado passado, dia 27, para a prefeitura da capital paraense mostrou Duciomar Costa com 33% das intenções de voto ; um crescimento de oito pontos percentuais em relação ao levantamento anterior. Valéria Pires, que caiu dois pontos, tem 18% dos votos. No levantamento anterior, divulgado uma semanas antes, os dois candidatos estavam tecnicamente empatados, uma vez que a margem de erro é de quatro pontos percentuais, para mais ou para menos.

Os candidatos do PT, Mário Cardoso, e do PMDB, José Priante, estão empatados nas intenções de voto, com 12% ; mesmo índice registrado pela dupla na sondagem passada. Mário Cardoso é ex-secretário de Educação do governo Ana Júlia e Priante, ex-deputado federal e primo de Jader.

Arnaldo Jordy, candidato pelo PPS, caiu de 7% para 6% nas intenções. A candidata do PSol, Marinor Brito, mantém os 3% da pesquisa anterior e o delegado João Moraes, do PSL, alcançou 2% ; antes não havia sequer alcançado 1%. Votos brancos e nulos somam 6%, enquanto os que não sabem ou não responderam são 8%. A pesquisa, divulgada pela TV Liberal, afiliada da TV Globo no estado, entrevistou 602 eleitores entre 23 e 26 de setembro. A pesquisa está registrada na 98; Zona Eleitoral de Belém com o número 2214/2008.

Interesses
A campanha na capital do estado, onde se concentra pouco mais de um quinto do eleitorado de 4,5 milhões, tem mostrado que não basta ser do partido para ter o apoio da máquina do estado ou a benção de um cacique político para decolar nas pesquisas. Mário Cardoso, petista histórico no estado, tem mais prestígio dentro do partido do que no governo de Ana Júlia, de quem foi auxiliar mas saiu desgastado.

Por outro lado, José Priante é um político que está agora construindo a imagem em Belém. Em 2006, com o apoio de Jader, Priante concorreu ao governo do estado e chegou a ter 438 mil votos. Entretanto, o resultado não o levou para o segundo turno, disputado entre a então senadora Ana Júlia (1,1 milhão na primeira etapa) e o ex-governador tucano Almir Gabriel (1,3 milhão, nessa etapa).

Mas, em 2006, a votação de Priante, no segundo turno, foi praticamente despejada na conta de Ana Júlia, a vencedora. Ela teve 1,6 milhão, enquanto Almir Gabriel teve um pequeno aumento de 3 mil votos na etapa decisiva.

Nos bastidores, é essa a mesma lógica que tem movido os dois caciques políticos do estado. Como Duciomar Costa, ex-senador e preferido nas pesquisas, é candidato da base aliada ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o voto nele ou nos candidatos do PT ou PMDB tem a mesma importância política. O desejo de todos é impedir a volta da chapa DEM-PSDB no estado, desta vez com Valéria Pires Franco.
Ficha técnica

Belém

População: 1,4 milhões de habitantes

Eleitores: 961.232

Candidatos: 7

PIB: R$ 11,2 milhões (2005)


Alvo político em Belém


Ex-vereador, ex-deputado estadual, ex-senador e candidato à reeleição, o prefeito Duciomar Costa, do PTB, é o principal alvo de ataques na eleição para administrar a capital paraense nos próximos quatro anos. Nos debates ocorridos dia 12, na TV Bandeirantes, e no último domingo, 28, na TV Record, o candidato do PTB foi o centro das críticas dos outros seis concorrentes, principalmente em temas relacionados à saúde. A eleição tem tido um caráter publicitário para o atual prefeito.

No debate de anteontem, Duciomar teve direito a dois dos três direitos de resposta concedidos pela emissora televisiva durante todo o debate para responder a afirmações de Marinor Brito (PSol) e Arnaldo Jordy (PPS). Esse último acusou Duciomar de ter recebido do governo estadual equipamentos avaliados em R$ 22 milhões e que estaria na empresa de um ex-chefe de gabinete dele.

O candidato do PPS ameaçou levar o caso ao Ministério Público. ;Se o senhor tem alguma coisa contra administração pública apresente a quem é de direito. Acusações vãs não cabem aqui;, rebateu Duciomar, no direito de resposta.

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