postado em 30/09/2008 13:46
O candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, Geraldo Alckmin, criticou nesta terça-feira a propaganda eleitoral do adversário Gilberto Kassab (DEM) durante visita à Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), na zona oeste da cidade. Segundo o tucano, a propaganda do prefeito que mostra um ator criticando candidatos que têm duas caras é ofensiva e de mau gosto.
"A propaganda dele só sabe confundir, confundir, confundir. É ofensiva e de mau gosto. O que fiz [no programa eleitoral do PSDB] foi comparar. Ele apoiou o [Celso] Pitta [ex-prefeito de São Paulo], é fato. Ele apoiou o [Paulo] Maluf [candidato a prefeito do PP], é fato. E tem o apoio do [Orestes] Quércia [ex-governador, do PMDB], é fato", disse. A propaganda de Kassab mostra um homem com a tela dividida ao meio. "Tem que candidato que é assim. Quando não precisa mais, critica e joga pedra. Se você não quer um prefeito de duas caras, vote no prefeito que tem uma cara só: Gilberto Kassab."
A propaganda é uma paródia de um comercial de Alckmin, que criticou o fato de Kassab estar ao lado de Quércia e Pitta, enquanto o tucano estava com o PSDB, com Mário Covas e com o governador José Serra. O comercial de Alckmin diz: "Esta campanha misturou tantas coisas, que tem gente achando estes candidatos parecidos. [...]. A coerência engrandece a pessoa, não é?"
Em seguida, Alckmin endureceu o discurso e chamou Kassab de dissimulado e afirmou que Serra não o queria como vice na eleição municipal de 2004. Apesar do ataque, Alckmin não descartou o apoio do DEM em um eventual segundo turno. Disse que, caso chegue lá, estará "todo mundo junto". "Todo mundo é bem vindo, mas o que importa é o eleitor", afirmou o ex-governador.
Questionado se até o fim de sua campanha receberá mais apoios de membros do PSDB, Alckmin disse que essa não é a prioridade de sua campanha. "Não temos nenhuma estratégia de trazer gente de fora, essa não é nossa prioridade." ]
Reta final
Desde o último fim de semana, o tucano tenta polarizar a disputa em São Paulo entre o seu partido e o PT. Utilizando números das eleições de 2006, quando venceu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em São Paulo apesar de ter perdido a eleição, o tucano conta desta vez com o aumento de votos na camada mais pobre da população --faixa em que o PT tem mais votos - para virar o jogo.
"A nossa chance de ganhar é muito grande, pois entramos no povão, a nossa rejeição é baixa e vamos ter mais tempo na televisão no segundo turno", disse Alckmin. O ex-governador ainda lembrou que em 1998 o tucano Mário Covas abriu vantagem e venceu Maluf apenas na última semana da campanha para o governo do Estado. "Esta é a semana da mudança silenciosa. Covas, em 1998, só passou Maluf na quinta-feira, quando passou com mais de 2 milhões de votos na frente", disse.