postado em 30/09/2008 19:09
Discretamente, emissários do presidente Luiz Inácio Lula da Silva preparam para a próxima semana reuniões com a cúpula do PTB de São Paulo, na expectativa da derrota do candidato tucano Geraldo Alckmin no primeiro turno turno das eleições municipais. A idéia é fechar um acordo com os petebistas em torno da candidatura de Marta Suplicy (PT) à Prefeitura de São Paulo. Para evitar que as negociações sejam atrapalhadas pelo grupo do governador José Serra (PSDB), as articulações são mantidas sob sigilo. O objetivo é aguardar pelo fim do primeiro turno para procurar os integrantes do PTB. As articulações são comandadas pela cúpula nacional do partido sob orientação do ministro José Múcio Monteiro (Relações Institucionais) com apoio de petistas que transitam entre São Paulo e Brasília.
Interlocutores que negociam o acordo afirmam que as divergências ocorridas durante o escândalo do mensalão --entre 2005 e 2006-- não atrapalharão as conversas, uma vez que o empecilho no processo seria o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), que foi afastado da presidência do partido.
As mensagens fragmentadas já foram encaminhadas a Campos Machado (PTB) --candidato a vice na chapa de Geraldo Alckmin (PSDB). Os petistas atuam com cuidado porque temem ferir as expectativas da chapa tucana-petebista, uma vez que o processo eleitoral ainda está em curso.
A favor das negociações de uma futura aliança PTB-PT, os aliados de Lula argumentam que os dois partidos já fazem uma parceria que pode ser avaliada como exemplar no cenário nacional e que deve se repetir em São Paulo.
Paralelamente, os petistas evitam ataques ao grupo de Alckmin e Campos Machado numa tentativa de obter lucros com o racha interno do PSDB. No entanto, eles se esquivam também de provocar o temperamento competitivo de Serra. Para alguns petistas, a ida do candidato Gilberto Kassab (DEM) para o segundo turno com Marta estimulará os esforços de Serra em favor do democrata a tal ponto de ele poder aproximar-se do PTB para negociar um acordo. Por segurança, os articuladores do PT buscam fechar arestas e não causar mal-estar entre os adversários, que podem se transformar em futuros aliados no segundo turno das eleições municipais.