postado em 01/10/2008 09:07
A Polícia Federal vai pedir a prorrogação do inquérito que apura o vazamento de escutas telefônicas entre o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, e o senador Demostenes Torres. O novo prazo será requisitado hoje à Justiça, que pode dar mais 30 dias para a continuidade das investigações. A PF não informa quantas pessoas já foram ouvidas ou em que fase se encontra a apuração, mas pelo menos dois ex-agentes do extinto Serviço Nacional de Informações (SNI) já foram ouvidos, além de servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
O diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, não descarta que os grampos tenham outra origem. ;Nenhuma hipótese está afastada;, afirmou Corrêa. De acordo com ele, a Polícia Federal vai continuar trabalhando em silêncio para não atrapalhar as investigações. Segundo fontes da corporação, uma das linhas que está sendo seguida é a de que as escutas teriam partido do Senado, onde peritos do Instituto Nacional de Criminalística (INC) fizeram uma varredura e não uma análise técnica dos equipamentos. ;Aparentemente não havia nada, mas isso não quer dizer que não haja a possibilidade dos grampos na Casa;, observa uma fonte da PF.
Um dos problemas da investigação da PF é a falta do áudio das supostas escutas clandestinas das conversas. Até agora a Polícia Federal não sabe concretamente se as revelações feitas pela revista Veja foram transcrições ou gravações. Os dois jornalistas foram ouvidos pelos delegados William Morad e Rômulo Berrêdo, mas não revelaram a origem da fonte das informações. Tanto Gilmar Mendes, quando Demostenes Torres não forneceram dados novos à apuração durante seus depoimentos. ;O áudio é de muita valia, mas podemos ter outros ramos de investigação;, diz a fonte da PF. ;O que sabemos até agora é que os diálogos existiram e foram confirmados pelos dois interlocutores;, afirma.