Politica

PSDB enfrenta divisões em região sucroalcooleira de São Paulo

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postado em 02/10/2008 15:18
O PSDB vive situações opostas e enfrenta divisões internas nas eleições municipais deste ano nas quatro principais cidades-pólo do setor sucroalcooleiro do Estado de São Paulo. Em todos esses municípios - Ribeirão Preto, Piracicaba, Sertãozinho e Araçatuba -, os tucanos estiveram ou seguem no comando das prefeituras locais nos últimos quatro anos e têm candidatos na cabeça-de-chapa. Em Sertãozinho, maior produtor individual de álcool, e em Araçatuba, centro da principal região de expansão da cana-de-açúcar do País, o PSDB enfrenta uma divisão interna, com os atuais prefeitos rompidos com os candidatos tucanos. O prefeito de Sertãozinho, Zezinho Gimenez, deixou o PSDB durante o processo de escolha do candidato a sucedê-lo e apoiou o atual vice-prefeito Nério Costa (PPS), da coligação "Sertãozinho Sempre pra Frente" (PPS-PDT-PSL-PTB-PMDB-DEM-PSDC-PP-PRB). Para justificar a saída do PSDB, Gimenez alegou que apenas cumpria o acordo de apoiar o vice por dois mandatos, enquanto o PSDB, após a convenção, escolheu ter como candidato o ex-prefeito e ex-deputado estadual Waldyr Trigo, da coligação "Frente Popular para o Trabalho, Desenvolvimento e Responsabilidade Social" (PSDB-PR-PSB-PSC-PCdoB-PV-PTC). Ao sustentar a candidatura, Trigo usou uma normativa interna do PSDB de que o partido tenha sempre um candidato a prefeito. "Em Sertãozinho, o Nério Costa deve ganhar porque defende a continuação do governo do Zezinho Gimenez, que foi do PSDB", admitiu um líder tucano paulista. Costa é o único dos candidatos a prefeito nas quatro cidades que tem um apoio aberto e uma ligação direta com um grupo sucroalcooleiro. Ele é ligado ao empresário Antonio Eduardo Tonielo, dono de três unidades sucroalcooleiras e pai de Antonio Eduardo Tonielo Filho, presidente do PPS local. Já em Araçatuba, o PSDB assumiu, recentemente, a prefeitura com a então vice-prefeita Marilene Magri ocupando a vaga de Jorge Maluly Neto (DEM). Ele foi cassado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no início de setembro por ter, no primeiro ano do primeiro mandato, em 2001, feito um depósito com dinheiro público no Banco Interior, instituição privada liquidada pelo Banco Central (BC). Mesmo no governo, Marilene não apóia, formalmente, o candidato do PSDB local, Dilador Borges, da "Renova Araçatuba" (PSDB-PSC-PPS), justamente pelo fato de o partido não tê-la escolhido como candidata à sucessão de Maluly. O principal adversário dos tucanos em Araçatuba é o deputado estadual Cido Sério (PT), da coligação "Araçatuba para Todos" (PT-PDT-PCdoB-PV-PR-PTdoB-PSL-PTC-PSB). Situações opostas Em Ribeirão Preto e Piracicaba, as duas maiores cidades e mais importes pólos produtores de álcool e açúcar do País, a situação é oposta. Enquanto o prefeito de Piracicaba, Barjas Negri (PSDB) deve ser reeleito com uma das maiores votações proporcionais do Brasil, em Ribeirão Preto o prefeito Welson Gasparini (PSDB), luta para ao menos forçar um segundo turno contra a candidata Dárcy Vera (DEM), da coligação "Ribeirão Para Todos" (DEM-PMDB-PMN-PSL-PV-PT do B-PSC-PR-PHS-PTN-PRTB-PPS-PRB). De acordo com a última pesquisa Ibope/EPTV (emissora afiliada à Rede Globo no interior paulista), Negri - da coligação "Piracicaba Mudou e Quer Mais" (PRB-PP-PDT-PTB-PMDB-PSL-PR-DEM-PPS-PRTB-PRP-PSDB-PMN) -, ex-ministro da Saúde, tem 85% das intenções de voto em Piracicaba, enquanto o segundo mais bem colocado, Antonio José Boldrin (PT), tem 3%. Já em Ribeirão Preto, o Ibope apontou, no levantamento divulgado sexta-feira, que Dárcy tem 52% das intenções e Gasparini, da coligação "Progresso e Modernidade" (PSDB-PP-PSB-PTC-PSDC), tem 18%. "Barjas Negri deve ser o mais votado, proporcionalmente ao eleitorado, do Estado de São Paulo. Já em Ribeirão, estamos otimistas numa virada nesta semana, já que a Dárcy cai e o Gasparini sobe", disse o deputado Duarte Nogueira, uma dos principais líderes tucanos no interior paulista.

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