Jornal Correio Braziliense

Politica

Marta encerrará campanha com 'caminhada silenciosa'

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Em meio a um clima de cautela em relação ao crescimento do prefeito Gilberto Kassab (DEM), a petista Marta Suplicy decidiu continuar nas ruas até o último minuto. Proibida pela legislação eleitoral de realizar comícios e reuniões públicas a partir de amanhã, a candidata da coligação "Uma Nova Atitude para São Paulo" (PT-PCdoB-PDT-PTN-PRB-PSB) agendou para o meio-dia uma "caminhada silenciosa" pela região central da cidade para marcar o encerramento oficial da corrida no primeiro turno. Na prática, entretanto, ela continuará trabalhando para tentar ganhar mais alguns votos. Marta programou ainda para amanhã atividades nos bairros da Saúde, na zona sul, e Itaim Paulista, na zona leste da cidade. No sábado, o plano da equipe petista é levar a candidata à zona sul da cidade, um de seus maiores redutos eleitorais. Já no domingo, Marta poderá ainda visitar algumas escolas logo após depositar seu voto na urna, o que está programado para acontecer pela manhã. A agenda intensa na reta final é parte de um esforço para tentar chegar ao segundo turno com o maior número possível de votos. Nos últimos dias, integrantes da campanha de Marta foram procurados por interlocutores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que não esconderam a preocupação com os sucessivos avanços de Kassab, da coligação "São Paulo no Rumo Certo" (DEM-PR-PMDB-PRP-PV-PSC), nas pesquisas e o estacionamento das intenções de voto registradas até agora por Marta. Segundo turno Diante do novo quadro, o PT também começou a traçar suas primeiras estratégias de mobilização para o segundo turno. Além de apostarem na vinda do presidente à capital paulista, aliados de Marta já estudam a possibilidade de transformar vereadores eleitos em coordenadores regionais da campanha majoritária. A idéia é aproveitar, por exemplo, a estrutura de visitadores montada por eles no primeiro turno. Hoje, Marta voltou a apostar no discurso de que está "tranqüila" para a votação do domingo. Ainda assim, ela aproveitou ao máximo seus últimos discursos do primeiro turno para centrar fogo em Kassab, em especial na área de transportes. "O que eles fizeram no transporte? Nada. Agora diz que vai dar um cheque para o Metrô", ironizou a petista, do alto de um carro de som em Sapopemba, zona leste. A campanha de Kassab reagiu aos ataques. "Marta é boa de papo e ruim de serviço. Ela não colocou um centavo no Metrô e critica o Kassab que está dando R$ 1 bilhão. Marta foi mal no governo, foi condenada pela população e perdeu a eleição em 2004. Kassab melhorou a Prefeitura em todas as áreas", afirmou, em nota.