postado em 03/10/2008 16:20
Na antevéspera do primeiro turno, o candidato a prefeito do Rio de Janeiro Marcelo Crivella (PRB) , Crivella adotou a estratégia política da divisão de classes. Ele classificou o adversário Eduardo Paes (PMDB) como o "candidato dos ricos, dos poderosos, do governo [estadual] e da campanha faustosa". E identificou-se como "o candidato do povão e das comunidades carentes".
"As pessoas começam a imaginar o seguinte: "Eu moro na zona sul, Barra da Tijuca, Leblon, acho que o Crivella tem boas propostas mas quem representa mais a gente é o Eduardo´. Já nas comunidades, nas áreas pobres, as pessoas dizem o contrário: o ´Eduardo tem boas propostas mas o Crivella conhece mais a nossa dificuldade. Ele viveu dez anos na África, dois anos no sertão, é um homem do povo´", disse o candidato.
Crivella minimizou a declaração de Jandira Feghali (PC do B) --que ontem se intitulou a candidata antiCrivella. "A Jandira é antiCrivella no primeiro turno, que ela está disputando. No segundo turno é outra conversa", ironizou.
O senador do PRB também rebateu o fato de Gabeira ter dito ontem que apesar da oposição praticada na Câmara dos Deputados não é um candidato antiLula. "Na campanha eleitoral as pessoas procuram se aproximar de quem tem popularidade, mas as pessoas percebem quando isso é oportunista e quando isto é sincero", disse Crivella, que se diz amigo pessoal do presidente.
Gafe
Crivella comemorou nesta sexta-feira (03/10), durante corpo-a-copo em Bonsucesso, uma suposta pesquisa que teria sido divulgada por um site de notícias --na qual ele ocupava a primeira colocação. Crivella disse que aparecia na frente do adversário Eduardo Paes (PMDB). A reportagem apurou, porém, que a pesquisa citada não existe. O site cometeu um erro e corrigiu os percentuais na tarde desta quinta-feira.
O gráfico errado -- mostrado no local pela assessoria de Crivella-- se referia a um levantamento de 30 de setembro.
Logo que chegou à praça das Nações, a assessoria de Crivella orientou os repórteres a perguntarem sobre a pesquisa. "A pesquisa que saiu ontem à tarde dizia: Crivella 29%. Quantos dias faltam para a eleição? Dois! São os números que estão polarizando", respondeu ao ser perguntado se estava buscando polarizar sua campanha com o peemedebista. Embora o resultado da pesquisa tenha sido exaltado pelo locutor de seu carro de som, Crivella admitiu que os números poderiam estar errados. "Ontem recebemos uma pesquisa. Duas ou três horas depois mudaram os números. Ficamos apreensivos, queremos saber os números certos. Saiu ontem e as pessoas estão perguntando", disse.