postado em 03/10/2008 20:05
É fim de tarde na capital mineira. Na esquina das ruas Rio de Janeiro e Tupis, um dos pontos mais movimentados do centro da cidade, um aglomerado de pessoas munidas de canetas e máquinas fotográficas se coloca em torno do candidato a prefeito Leonardo Quintão (PMDB), o único, segundo as pesquisas, que ainda tem chances de disputar um eventual segundo turno contra Márcio Lacerda (PSB).
O jovem deputado federal, evangélico fervoroso, autografou e distribuiu, em alguns minutos, dezenas de CDs com os jingles e imagens de sua campanha, posou para as fotos e se despediu de cada cidadão com um ;Deus te abençoe;. Sem interromper a atividade, ele disse à Agência Brasil não se importar em ser tachado de populista e demagogo pelo líder das pesquisas.
;Isso é desespero eleitoral. Se isso aqui for populismo, eu sou o maior populista do Brasil. Mas isso aqui é popularidade, é diferente, é estar com o eleitor. Ele [Márcio Lacerda] anda com segurança, para se proteger do povo;, afirmou Quintão.
Um argumento sempre repetido pelo candidato é o de que ele próprio também é ligado ao governador Aécio Neves (PSDB). Quintão avaliou que os efeitos positivos do apoio do governador a Lacerda já chegaram ao limite.
;Estou firme com o eleitor, com compromisso e sinceridade para ganhar a eleição;, ressaltou.
Dono de um sotaque mineiro carregado, que chama a atenção nas propagandas e também na conversa pessoal, o candidato garantiu ser uma característica natural e não uma estratégia de discurso: ;Fui criado indo para a fazenda do meu pai toda semana e parece que isso ficou. Fui para os Estados Unidos e a Suécia estudar, mas tenho a honra de ser mineiro;, disse. O pai de Quintão é prefeito de Ipatinga, no Vale do Aço, e tem como marca registrada o uso constante de um chapéu típico de fazendeiro.
Próximo dali, a candidata Jô Moraes (PCdoB), também participou de caminhada em busca dos votos dos indecisos, cujas escolhas devem definir a existência ou não de um segundo turno.