Politica

Em Campinas, desafio para futuro prefeito será combater a desigualdade social

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postado em 03/10/2008 20:50
O maior desafio para o novo prefeito de Campinas, uma das maiores cidades de São Paulo, será enfrentar o problema da desigualdade social. Esta é a opinião de dois professores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Marcio Porchmann e Valeriano Mendes Ferreira Costa, em entrevista hoje (3) à Agência Brasil. ;Neste começo de século é um desafio para os prefeitos e para a elite política da cidade combinar a expansão econômica - com uma melhor redistribuição dos frutos desse crescimento - com a população mais pobre e mais carente. Reduzir a desigualdade entre as universidades de ponta e o ensino básico parece um dos desafios mais importantes;, disse Marcio Porchmann, professor do Instituto de Economia da Unicamp e também presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Neste domingo (5), nove candidatos a prefeito e 686 candidatos a vereadores vão disputar os votos dos mais de 724 mil eleitores da cidade e tentar convencê-los de que os problemas da desigualdade social em Campinas podem ser solucionados. O atual prefeito Hélio Santos, do PDT, disputa a reeleição contra os candidatos Carlos Sampaio (PSDB), Jonas Donizette (PSB), Vânia Boscolo (PTN), Feliciano Filho (PV), Maurício Carvalho (PRB), Theodoro Batista (PTdoB), Paulo Bufalo (P-SOL) e Ricardo Xavier (PSDC). Segundo o professor e cientista político da Unicamp e diretor do Centro de Estudos e Opinião Pública, Valeriano Mendes Ferreira Costa, a falta de infra-estrutura na periferia da cidade foi destaque nas propostas dos candidatos de oposição ao atual prefeito, que disputa a reeleição. ;Esse foi o ponto que a oposição mais explorou: a fragilidade das políticas sociais e dos serviços nessa periferia;, disse. De acordo com ele, a questão da saúde foi outro ponto citado nas propostas dos opositores do atual prefeito, principalmente com relação à precariedade de alguns postos de saúde localizados em pontos mais afastados do centro da cidade. Já a proposta do atual prefeito, afirmou Ferreira Costa, foi a de apostar na continuidade de suas obras. ;O candidato à reeleição tem apresentado [como proposta] as obras que são segmentos das que ele já tinha iniciado. Ele teve um cronograma muito inteligente e deixou as obras de maior impacto para o fim do período atual, como a inauguração de um grande hospital e da nova rodoviária;, disse. Campinas, localizada a cerca de 90 quilômetros da capital, tem população estimada de 1,03 milhão de habitantes, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) do ano passado. Em 2005, também segundo o IBGE, o município ocupava a 11ª posição entre os maiores Produto Interno Bruto (PIB) do país. A riqueza campineira foi determinada historicamente pelo ciclo cafeeiro, mas hoje, de acordo com Porchmann, a cidade se destaca pela expansão industrial, pelas pesquisas tecnológicas e também pelo aeroporto de Viracopos, o maior de cargas do Brasil. ;Diante da crise do café, Campinas conseguiu se associar a uma expansão industrial, que é um pouco do que deu a ela uma importância nacional;, afirmou. Mas os avanços tecnológicos, segundo os dois estudiosos, ainda contrastam com a pobreza existente na cidade. ;Campinas tem programas de apoio aos mais pobres que, de certa forma, tem aliviado a condição de pobreza, mas ainda tem um segmento de pobres que vivem em condições de pobreza absoluta. No entanto, o maior problema talvez seja o da pobreza relativa, que é aquela que faz com que os pobres sejam relativamente pobres na condição de riqueza existente;, explicou Porchmann.

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