Politica

Geddel desponta como novo líder político na Bahia durante campanha

;

postado em 05/10/2008 08:56
Salvador ; A capital baiana viverá neste domingo (05/10) uma das eleições mais disputadas da história da cidade. Uma guerra travada por três forças políticas: o carlismo, o petismo e o ;geddelismo;. Isso mesmo: o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (PMDB), é apontado como o maior articulador desta campanha. E também a maior ameaça. E não é por menos: ele pôs a presidência do PMDB baiano nas mãos do irmão e, em menos de dois anos, triplicou para 120 o número de cidades comandadas pelo partido na Bahia. Em pouco mais de um mês, Geddel conseguiu tirar o prefeito João Henrique (PMDB) do andar debaixo das pesquisas e colocá-lo em cima com reais chances de passar hoje para o segundo turno. O ex-desafeto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva operou um milagre, segundo aliados e adversários. Será o grande vitorioso se o prefeito for reeleito. A estratégia de Geddel em Salvador não é nova na política. Ele encheu as ruas da cidade de obras e desqualificou os adversários, focando principalmente no PT, a quem acusa de traição. A confusão começou no primeiro semestre, quando os petistas abandonaram os cargos ocupados na gestão de João Henrique para lançar o deputado Walter Pinheiro à prefeitura. O PMDB, ou melhor, Geddel não gostou. E agora seus aliados avisam: em 2010, ele tem tudo para disputar contra o PT o governo do estado, ainda mais se João Henrique for reeleito. ;Na hora em que o PT quebrar o critério da ética, não temos mais o alinhamento automático;, avisa o irmão de Geddel e presidente do PMDB baiano, Lúcio Vieira Lima. ;O PT inaugurou uma nova forma de fazer política: ocupar cargos sem alinhamento político;, provoca. O PT sabe que arrumou problema para o futuro ao lançar Walter Pinheiro. E parece pouco disposto a uma reconciliação. Provável candidato à reeleição em 2010, o governador da Bahia, o petista Jaques Wagner, manda um recado a Geddel: é preciso entrar na fila para ocupar seu cargo. ;Todo político que tem projeto de poder também tem equilíbrio, juízo e maturidade para saber que tem uma fila e que essa fila vai andando com naturalidade;, diz. Wagner tenta disfarçar o desconforto com a ambição de Geddel na Bahia. ;A mim não me incomoda porque gosto de respeitar todo mundo e sei o meu tamanho e meu papel neste jogo. Eu capitaneei um projeto, por que vou ter medo de aliado? O aliado querer ter um projeto eu acho normal;, afirma. Conflito Resta saber como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai se comportar para mediar esse conflito a longo prazo. No primeiro turno, ele ficou em silêncio para não criar mal-estar. Não adiantou muito: PT e PMDB brigaram para mostrar quem tinha o apoio dele. Fotos de Lula ao lado de cada candidato foram espalhadas pelas ruas de Salvador. João Henrique e Pinheiro se dizem os ;verdadeiros parceiros; do presidente. Lula já avisou: estará na capital baiana no segundo turno apenas se um dos dois estiver na disputa contra ACM Neto (DEM). Caso ambos passem para a próxima etapa, ele manterá a neutralidade. Geddel agradece. E o ministro não busca só os espaços do PT. Mirou também nos órfãos do carlismo, após a morte de Antônio Carlos Magalhães em julho do ano passado. Inimigo ferrenho de ACM, o ministro da Integração Nacional não poupou esforços para retirar de seu grupo político inúmeras prefeituras do interior de Bahia. Em pouco tempo, conseguiu chegar a 120 cidades baianas nas mãos do PMDB. ACM Neto sabe da força de Geddel e tenta neutralizá-lo, mas num estilo diferente do PT. O candidato do DEM evita o confronto. Deixa com o ministro de Lula a fama que seu avô sempre carregou: a ambição desenfreada pelo poder.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação