postado em 05/10/2008 16:58
Nem parecia que o domingo era de eleição. Como faz em todos os fins de semana, Paulo Maluf encomendou 56 esfihas - 50 de carne e seis de ricota - e passou o dia com a família. Antes disso, às 10h, votou na Faculdade de Engenharia São Paulo, antigo colégio Sacre Coeur, na Avenida Nove de Julho. Não encontrou a multidão que costumava encontrar nos tempos áureos em que polarizava a campanha. Neste domingo (05/10), Jesse Ribeiro, coordenador da campanha e secretário geral do PP, afirmou que a direção do PP se reunirá na segunda-feira (06/10) à tarde para debater o segundo turno.
Maluf não pegou fila e foi acompanhado apenas por repórteres, entre eles a equipe do CQC, da Band, que insistia em perguntar sobre sua nova arqui-rival, Soninha, do PPS. Maluf evitou falar sobre ela, que lançou uma campanha na última semana para "chegar na frente do Maluf". Na saída da escola, porém, não teve jeito. Pressionado pelos repórteres, que perguntaram se Soninha era um tema tabu, pensou um pouco e disparou: "Tenho horror a drogas". Quando perguntado se encerraria a vida pública depois dessa eleição, respondeu ao repórter: "Você vai morrer? Se não morrer, continuará cobrindo o Maluf por muitos anos".
Também na segunda-feira o grupo do deputado Celso Russomano, que faz oposição a Maluf no PP, se reúne para tomar uma posição. Ou seja: o partido continuará rachado no segundo turno. "Desde o começo, sabíamos que Maluf não passaria dos 8%. As pesquisas do PP mostravam que ele tinha 52% de rejeição, mas ele é teimoso. Traiu o partido, que tinha definido por minha candidatura. Deu no que deu", afirma Russomano.
José Américo, presidente municipal do PT, afirma: "Não faremos, nem estamos fazendo nenhum tipo de tratativa com Maluf". A cúpula do PT está convicta que Maluf apoiará informalmente a candidatura de Gilberto Kassab no segundo turno, mas não aparecerá na campanha de TV.
Ribeiro tenta explicar os motivos que levaram Maluf a ter um dos piores desempenhos de sua carreira nas urnas: "Enfrentamos três máquinas e um candidato à reeleição. Além disso, as pesquisas freqüentes de opinião forçaram a polarização e o voto útil". Sobre o futuro político de Maluf em 2010, Jesse afirma: "Se o partido tiver um candidato com mais apelo popular que ele para disputar o governo do Estado, será nosso candidato. Mas, hoje, esse nome não existe".