postado em 05/10/2008 17:02
O desfecho da campanha do candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo, Ivan Valente, teve o tom de "missão cumprida" - frase que proferiu logo após votar na zona sul de São Paulo. Valente agradeceu o apoio intelectual que recebeu em manifesto assinado por diversos ex-petistas. Só não foi melhor, segundo ele, porque o "financiamento de campanhas é privado, o que torna o processo eleitoral desigual". Sobraram críticas aos "métodos" dos adversários Marta Suplicy (PT), Gilberto Kassab (DEM) e Geraldo Alckmin (PSDB). "Desafio que eles apresentem todos os custos de suas campanhas", asseverou. "É certo que há empreiteiras na lista.
De acordo com Valente, a campanha teve balanço positivo ao estabelecer relações com movimentos sociais e apresentar suas propostas. Reclamou, porém, do cancelamento do debate da Rede Globo de Televisão, que ele considerou como exemplo da falta de democratização no País. O candidato, que amanhã volta à Brasília como deputado federal, vê como grande aprendizado a disputa na capital.
Agora, segundo ele, os olhos voltam-se para o cenário internacional, que promete estudar para debater a crise financeira norte-americana.
Esta foi a primeira campanha do PSOL - partido fundado por dissidentes do PT - em prefeituras no País. O corpo a corpo teve início no começo de abril, quando a ex-senador Heloísa Helena (AL), presidente do partido, percorreu São Paulo e região metropolitana alavancando seus primeiros candidatos aos municípios. Na convenção do partido, que ratificou a candidatura de Valente e a coligação com o PSTU, já se criticava o financiamento privado de campanha. Heloísa falava em "propinódromo" na triangulação entre o Executivo, o Legislativo e o setor empresarial. Eles propuseram um teto de campanha para todos os candidatos: R$ 500 mil. A proposta não teve eco entre os concorrentes.