postado em 05/10/2008 20:26
Parte da população da pequena Cristalina, a 132 km de Brasília, respirou aliviada ao fim do mais conturbado período eleitoral dos últimos tempos. Ao longo dos três meses de campanha, as duas coligações colecionaram acusações, ocorrências de ameaça e agressão mútuas, publicações apócrifas e mais de uma centena de ações impetradas na Justiça Eleitoral do município. Neste domingo (05/10), não foi diferente: a temperatura entre adversários e seguidores manteve-se elevada.
O trabalho começou cedo para os policiais. Pouco depois das 9h, a Polícia Militar deteve 68 cabos eleitorais das duas coligações que se agitavam próximo a um local de votação. Eles foram ouvidos pelo delegado Rafael Camargo, da Polícia Civil, e liberados. Pouco depois, a Polícia Rodoviária Federal prendeu o candidato a vereador Johnson Dutra Bezerra (PP) quando ele transitava pela BR-050. Com ele, foram encontrados R$ 10 mil em dinheiro e material de campanha. O progressista permanecia detido até o fechamento da edição.
Os ânimos se acirraram entre os adversários Antonino Camilo (PR), candidato à reeleição, e Luiz Carlos Attié (DEM) quando um helicóptero com a inscrição "22" na carenagem ; número eleitoral do prefeito ; sobrevoou a cidade. Na aeronave, estava o próprio Camilo, fazendo uma última provocação ao democrata. "Estava mandando um beijo para eles, mas eles não enxergaram", espezinhou. De quem veio a idéia do sobrevôo? "Foi um pessoal amigo que arrumou para mim. Foi de supresa, um presente", admite o prefeito.
A aparição do helicóptero pôs em alerta a Polícia Federal, presente para auxiliar na eleição municipal. A corporação enviou uma aeronove própria para interceptar o helicóptero, alegando que o aparelho havia ultrapassado o limite mínimo de altitude permitido. A coligação de Attié partiu para o ataque na Justiça Eleitoral com uma ação acusando o adversário de jogar dez mil santinhos sobre a cidade. "É mais um gesto dos abusos que vêm sendo cometidos aqui nos últimos anos", atacou o democrata.
A Polícia Federal também apurou uma denúncia de distribuição de combustível a correligionários de Antonino Camilo em um posto nos arredores da cidade. O nome do empresário detido não foi divulgado.