postado em 06/10/2008 19:31
As tropas militares que fizeram a segurança de 27 áreas perigosas em três municípios do Estado do Rio de Janeiro durante o primeiro turno da campanha para prefeito devem fazer novas ocupações durante a segunda fase da campanha na cidade. A afirmação é do ministro da Defesa, Nelson Jobim, que conversou hoje por telefone com o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Carlos Ayres Britto e tem reunião marcada para amanhã para tratar do assunto. A presença das Forças Armadas no dia do pleito já está confirmada.
"Ele (Britto) disse que pretende manter o mesmo esquema no Rio e pediu inclusive que não fosse desmobilizado o conjunto de militares empregados neste trabalho", afirmou Jobim, durante a abertura da 9ª Conferência de Diretores de Colégios de Defesa Ibero-Americanos, no Rio. Por já terem concluído o processo eleitoral, os municípios de São Gonçalo e Duque de Caxias, que tiveram respectivamente uma e quatro áreas ocupadas na primeira fase da campanha, não devem receber militares..
A capital fluminense teve 22 áreas ocupadas. Com 4,8 mil homens, o Exército montou a Operação Guanabara nas áreas consideradas de risco pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio devido às denúncias de impedimento da entrada de candidatos e coação a eleitores por traficantes de drogas e milicianos. Até o dia da eleição, nenhum incidente foi registrado, mas ontem soldados do Exército entraram em confronto com um grupo de 60 moradores da Cidade de Deus, na zona oeste, que faziam boca-de-urna.
Confrontos
Em favelas não ocupadas pelo Exército, houve confrontos entre policiais militares e traficantes, ontem. Na Favela Nélson Mandela, zona norte, Severina Fimino da Silva, de 51 anos, morreu atingida por uma bala perdida e outras duas pessoas ficaram feridas. Na Cidade Alta, em Cordovil, três supostos criminosos morreram, entre eles, Gilberto Martins, o Mineiro, de 46 anos, apontado como chefe do tráfico. Hoje, o comércio da região não abriu as portas em protesto contra as mortes.